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Papa chega a Berlim e diz compreender os que fogem da Igreja após abusos de menores

Por Odd Andersen
22 set 2011, 08h33

O Papa Bento XVI iniciou nesta quinta-feira uma visita de quatro dias a Alemanha e afirmou compreender aqueles que abandonam a Igreja Católica após os escândalos de abusos sexuais.

“Posso compreender que diante de tais informações, as pessoas, especialmente as próximas das vítimas, digam ‘esta não é mais a minha Igreja'”, disse o Papa.

Em declarações aos jornalistas a bordo do avião que o levou a Berlim, Bento XVI explicou que não tem nada contra os protestos que se expressam de maneira civilizada.

“É normal em uma sociedade livre marcada por uma forte secularização”, disse o pontífice, antes de acrescentar: “Respeito os que se expressam”.

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O Papa chegou a Berlim para uma visita oficial e pastoral que inclui atividades políticas e ecumênicas, mas também deve enfrentar algumas dificuldades.

A viagem inclui três etapas – Berlim, Erfurt e Freiburg -, com uma agenda pesada para o pontífice de 84 anos. Ele pronunciará 19 discursos, incluindo um no Parlamento alemão, o célebre Bundestag.

Em seu primeiro discurso no país, no castelo Bellevue de Berlim, onde foi recebido pelo presidente da República, Christian Wulff, com honras militares, o Papa afirmou que faz sua primeira visita ao país natal para falar de Deus.

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“Não vim aqui aqui fundamentalmente por determinados interesses políticos ou econômicos, como fazem outros homens de Estado, e sim para ver as pessoas e falar de Deus”, declarou.

“No que diz respeito à religião, assistimos a uma crescente indiferença na sociedade que, em suas decisões, considera a questão da verdade mais como um obstáculo, e dá pelo contrário prioridade às considerações utilitaristas”.

O primeiro papa alemão em 500 anos também fez referência ao passado nazista do país.

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“A olhar claro sobre as páginas escuras do passado nos permite aprender e receber impulsos para p presente”, declarou.

O presidente alemão pediu à Igreja Católica que viva na realidade e de acordo com sua época.

“A Igreja e o Estado estão separados em nosso país, com boas razões. Mas a Igreja não é 0uma sociedade paralela. Vive nesta sociedade, neste mundo e nesta época. É por isto que ela também deve enfrentar novas questões”, disse o católico Wulff.

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Na quarta-feira, Wulff afirmou que a Igreja deveria ter mais compreensão com os divorciados. O presidente alemão se divorciou em 2007 e voltou a casar no ano seguinte. O Vaticano não reconhece o divórcio.

Uma série de manifestações de protestos, convocadas pelas vítimas de padres pedófilos, foi organizada nas três cidades que o Papa visitará, principalmente em Berlim.

Apesar de as denúncias contra padres pedófilos serem menor que as registradas em países como Irlanda e Estados Unidos, inúmeros católicos alemães decidiram abandonar a Igreja católica para manifestar sua indignação.

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Fontes vaticanas não excluem que o Papa acabe recebendo algumas vítimas dos abusos sexuais cometidos por padres, como já o fez em outras viagens, um gesto que sempre é apreciado.

A associação de vítimas de padres católicos pedófilos, a SNAP, fundada nos Estados Unidos, avivou o tema na semana passada, depois de apresentar uma denúncia contra o Papa e outros três hierarcas da Igreja ante o Tribunal Penal Internacional por “crimes contra a humanidade”, uma ação basicamente simbólica, mas que poderá ofuscar a visita papal.

Além dos escândalos de pedofilia, alguns setores católicos alemães reclamam reformas mais profundas dentro da Igreja, enquanto outros rejeitam a visita do pontífice alemão por considerá-lo muito retrógrado.

Segundo as pesquisas, a maioria dos alemães é indiferente à chegada do Papa.

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