Palestino se entrega à polícia após atropelar soldados
É o terceiro caso de atropelamento deliberado registrado pelas autoridades israelenses. Pelo menos uma das vítimas está internada em estado crítico
Um palestino identificado como Hamam Masalmeh se entregou nesta quinta-feira às autoridades israelenses após atropelar três soldados com uma perua. O crime aconteceu na quarta, entre as cidades de Bethlehem e Hebron, na região da Cisjordânia. Um soldado está internado em estado crítico, enquanto as outras duas vítimas sofreram ferimentos leves.
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Esta é a terceira tentativa de assassinato perpetrada por um cidadão palestino que envolveu o atropelamento deliberado de pessoas nas últimas duas semanas. Segundo o jornal Daily Telegraph, o criminoso tentou convencer os policiais de que tudo não passou de um mero acidente de trânsito. O Exército israelense emitiu um comunicado dizendo que Masalmeh “se entregou às forças de segurança e está sob investigação”. O pai e o irmão do criminoso já haviam sido presos anteriormente. Outros quinze palestinos foram detidos em protestos contra as autoridades israelenses na Cisjordânia.
O governo israelense tem classificado os atropelamentos como “atentados terroristas”. O primeiro, ocorrido na Jerusalém Oriental, matou uma mulher equatoriana e um bebê judeu. Na quarta-feira, o segundo atropelamento foi cometido contra pessoas que aguardavam em uma estação de trem. Uma pessoa morreu e outras catorze ficaram feridas. Para impedir que ataques desse tipo se tornem comuns, o governo tem instalado barreiras de concreto nas estações de trem de Jerusalém.
Os atropelamentos coincidiram com a escalada de tensão na capital do país. Em uma atitude que tem provocado violentos protestos de palestinos na Cisjordânia, políticos israelenses passaram a exigir mais direitos para os judeus rezarem em um dos pontos de peregrinação mais importantes da Jerusalém Oriental. Chamado de Monte do Templo pelos judeus e de Nobre Santuário pelos muçulmanos, o complexo é considerado o local mais sagrado do Judaísmo e o terceiro do Islamismo, depois de Meca e Medina. Outro fator que desencadeou manifestações foi o anúncio de Israel de que 500 novos assentamentos serão construídos para colonos judeus na Jerusalém Oriental.
Para impedir o avanço dos manifestantes, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou o deslocamento de 1.300 policiais para a região. Bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral foram lançadas em um protesto realizado na quarta-feira, na Cidade Velha. Um homem teve de ser levado a um hospital após ser atingido por uma bala de borracha.