Pais de Madeleine criticam policial que liderou buscas
Ex-oficial deixou investigações poucos meses depois do desaparecimento e escreveu livro contra o casal. Agora, é alvo de processo por difamação
Os pais de Madeleine McCann criticaram o ex-chefe da polícia portuguesa que liderou as buscas pela menina por forçar o adiamento de uma ação de difamação aberta pela família contra ele. Kate e Gerry McCann estão processando Gonçalo Amaral por declarações publicadas no livro Maddie – A Verdade da Mentira. No livro, publicado em 2008, o autor afirma que o casal escondeu o corpo da menina e forjou um sequestro depois de Madeleine morrer em um acidente.
O casal deveria dar declarações no Palácio da Justiça, em Lisboa, mas o tribunal adiou a audiência depois que Amaral demitiu sua equipe de advogados. Este foi o quarto adiamento no caso. Para Kate, cada atraso “causa mais dor e angústia” ao casal. “Nós apresentamos essa ação por causa da dor e angústia que o senhor Amaral trouxe para nós e nossos filhos. Cada vez que ele adia o processo, isso nos causa mais dor e angústia (…) Queremos apenas justiça”.
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“O que houve foi uma tentativa descarada e cínica de nos desgastar e é Madeleine que está sofrendo”, acrescentou Gerry McCann, lembrando que o caso se arrasta há mais de cinco anos. “Não vamos desistir”, avisou, em declarações reproduzidas pela imprensa britânica.
O casal afirma que o livro desencorajou as pessoas a darem informações que poderiam ajudar a encontrar a garota. Kate e Gerry fazem questão de ressaltar que a família não desistiu de encontrar Madeleine. “Até onde sabemos há uma boa chance de ela ainda estar viva e temos de continuar procurando por ela”, disse Gerry.
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As polícias britânica e portuguesa passaram dez dias fazendo buscas em um terreno na Praia da Luz, região do Algarve, perto do resort onde a família estava hospedada em maio 2007, quando a menina, então com três anos de idade, desapareceu. Nenhuma pista foi encontrada, o que, para os McCanns, é mais uma prova de que Madeleine está viva.
Amaral, que liderou as primeiras investigações, foi retirado do caso meses depois do desaparecimento. Se ganharem o processo, a família pode receber até 1 milhão de libras (3,8 milhões de reais) de indenização.