As autoridades militares da Otan manifestaram satisfação neste domingo, segundo dia da megaofensiva contra Marjah, reduto talibã no sul do Afeganistão, no qual os insurgentes oferecem pouca resistência, recorrendo principalmente a minas espalhadas nas estradas e aos francoatiradores.
Vinte talibãs morreram em combates esporádicos no início da operação Mushtarak (que significa “Juntos”), enquanto que as forças internacionais sofreram duas baixas, um militar britânico e outro norte-americano, ambos vítimas de explosões de bombas artesanais. No total, a Otan anunciou a morte de cinco soldados estrangeiros no sábado, três deles americanos no sul do Afeganistão.
Cerca de 15.000 soldados das forças afegãs e internacionais, lideradas pelos americanos, realizaram a ofensiva, a maior das forças internacionais desde o anúncio do envio, em 2010, de um reforço de 30.000 soldados feito pelo presidente Barack Obama em dezembro passado, com o objetivo de inverter o curso da guerra no momento em que se intensifica a insurreição dos talibãs.
Operação – A operação Mushatarak começou antes da madrugada de sábado, quando 60 helicópteros enviaram soldados da infantaria americana e tropas afegãs para a cidade de Marjah, no cinturão de cultivo de papoula da província de Helmand.
Segundo o general Gordon Messenger, porta-voz do exército britânico, o objetivo principal foi alcançado, ou seja, tomar o controle dos grandes centros de população e das principais instalações, como os postos da polícia em torno de Shah-e Anjir, no norte de Marjah. “Houve combates esporádicos, mas os talibãs parecem desorientados, desorganizados e não foram capazes de opor uma reação coerente”, acrescentou o general.
A insurreição dos talibãs se intensificou sensivelmente nos últimos dois anos, e deixou 520 mortos nas fileiras das forças internacionais em 2009, no balanço mais elevado em oito anos de guerra. Os insurgentes, aliados da Al-Qaeda, enviaram reforços nestas últimas semanas e encheram a região de artefatos explosivos artesanais (IED), considerados a principal ameaça para os soldados afegãos e internacionais.
EUA – O presidente Obama está recebendo inúmeros informes sobre o andamento da ofensiva das forças da Otan e conversará com seu assessor de Segurança Nacional, Jim Jones – que acaba de finalizar uma visita de cinco dias ao Afeganistão e Paquistão, quando se reuniu com comandantes militares afegãos, americanos e outros membros da força internacional (Isaf), informou o porta-voz Tommy Vietor.
Além disso, o secretário de Defesa Robert Gates pediu ao máximo comandante americano no Afeganistão, o general Stanley McChrystal, que mantenha o presidente Obama informado.
(Com agência France-Presse)