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Os japoneses recordam os seis meses do terremoto

Por Toshifumi Kitamura
11 set 2011, 10h24

Os japoneses se recolheram em orações neste domingo, na ampla região de Tohoku (nordeste) arrasada há exatos seis meses pelo terremoto do dia 11 de março, seguido de tsunami, e que causaram pelo menos 20.000 mortos e desaparecidos.

Desde o amanhecer, eram visíveis silhuetas em atitude de prece, em Minamisanriku, uma das aglomerações litorâneas mais afetadas pelo desastre.

Em todas as cidades e aldeias de Tohoku golpeadas peta catástrofe, à qual se somou o pior acidente nuclear dos últimos 25 anos, em Fukushima, estavam sendo celebradas desde a véspera cerimônias de recolhimento.

Em Minamisanriku ainda se pode ver as destruições deixadas pela onda gigantesca de mais de 15 metros que levou o flanco costeiro da cidade, transformada em descampado, por onde vagam sobreviventes de luto.

Centenas de pessoas, também vestidas de preto, reuniram-se pela manhã em torno da prefeitura de Miyagi para recordar os desaparecidos de Minamisanriku e transmitir alento, mutuamente.

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“Ainda são numerosos os que, seis meses depois, ainda não têm um bom lugar para morar e vivem angustiados. Vamos empreender um esforço máximo para reconstruir logo”, disse o primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, em mensagem lida diante de uma imensa estela comemorativa, cheia de flores.

“Ainda não pudemos colocar em condições as zonas sinistradas”, disse um deputado da região.

“Minha casa desapareceu totalmente. Fugi com minha neta bem antes do tsunami, apenas com o celular e o porta-moedas”, conta uma avó que, desde então, reside a duas horas de estrada de Minamisanriku.

“Ninguém pensava que uma onda pudesse alcançar altura semelhante”, suspira.

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No distrito de Sendai, Ishinomaki, Rikuzen Takata, Minamisoma e Iwaki, cidades duramente afetadas pelo drama, observaram um minuto de silêncio às 14H46, hora precisa do terremoto de magnitude 9 que agitou o fundo do Oceano Pacífico, e fez tremer fortemente toda a parte oriental do Japão (com Tóquio incluída), gerando um enorme maremoto nas costas de Tohoku.

A central Fukushima Daiichi, situada à beira do mar, como todas as usinas nucleares japonesas, foi afogada em parte pelas águas e sofreu, nos dias seguintes uma infernal série de avarias que acrescentaram a ameaça de contaminação radioativa à dor pelo desaparecimento de uma pessoa próxima e pelas perdas de todos os bens.

“Não podemos impedir que a natureza se revolte, que terremotos e tsunamis ocorram, mas poderíamos ter evitado o acidente de Fukushima”, lamenta uma moradora de Soma, cidade situada a 40 km do complexo atômico acidentado.

Apesar das dificuldades, os japoneses demonstram serenidade notável para reconstruir a região, apesar de certa cólera contra o Governo e as disputas políticas que ainda prevalecem sobre a urgência do reconstruir.

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