PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Continua após publicidade

Ortega avisa que não renunciará à Presidência da Nicarágua

Oposição pede renúncia do presidente após onda de protestos violentos que se estende desde abril; 292 pessoas morreram nos confrontos

Por Da Redação
Atualizado em 24 jul 2018, 16h57 - Publicado em 24 jul 2018, 14h58

Daniel Ortega declarou na segunda-feira 23 que não renunciará à Presidência da Nicarágua e que concluirá seu mandato em 2021, rejeitando os apelos da oposição para entregar o poder como forma de superar a grave crise política no país. Mediadora do conflito entre o governo e a oposição, a Igreja Católica havia proposto a antecipação das eleições para 2019.

“Nosso mandato termina em 2021, quando teremos as próximas eleições”, disse Ortega em entrevista à rede de televisão americana Fox News, negando a proposta da Igreja. “Antecipar as eleições criaria instabilidade, insegurança e pioraria as coisas”, declarou o presidente, de 72 anos.

O presidente governa a Nicarágua desde 2007, tendo sido eleito e reeleito para o cargo. Foi líder da Revolução Sandinista, que derrubou a ditadura de Anastasio Somoza em 1979. Ficou no poder até 1990. No total, Ortega acumula 22 anos à frente do Executivo da Nicarágua. Nesse último período, Ortega se alinhou à doutrina bolivariana do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

Em abril, a população foi às ruas para protestar contra uma reforma no sistema previdenciário. A forte repressão ao movimento levou parte dos nicaraguenses a deixar de lado a reivindicação original e a pedir a renúncia de Ortega, que controla os três poderes e mantém um aparato de segurança similar ao da Venezuela.

“Já se passou uma semana desde o final dos distúrbios. As coisas estão voltando ao normal no país”, disse o antigo guerrilheiro sandinista, admitindo que os protestos pacíficos prosseguem.

Continua após a publicidade

Por ocasião do Dia do Estudante, milhares de pessoas participaram de uma passeata aos gritos de “Liberdade para os Presos”, “Justiça” e “Autonomia” universitária que terminou diante da Universidade Centro-Americana (UCA).

Os universitários carregaram cruzes em suas mochilas para recordar os mortos durante a onda de protestos, e fotos de seus companheiros detidos de forma “arbitrária” por participar das manifestações.

Já a União Nacional dos Estudantes da Nicarágua (Unen), ligada ao governo, realizou outra passeata, em apoio a Ortega e para defender punição aos responsáveis pela “tentativa de golpe de Estado”.

Continua após a publicidade

Prisões arbitrárias

Nesta segunda-feira, organismos de direitos humanos denunciaram a captura de centenas de pessoas de forma arbitrária, apenas por sua participação nos protestos contra Ortega.

Trabalhadores, estudantes e famílias inteiras são vítimas de perseguição, captura ou sequestro por participar das marchas opositoras ou ter um gesto humanitário com os que rejeitam o governo, segundo o Centro Nicaraguense dos Direitos Humanos (Cenidh).

Entre os presos estão a líder do Movimento Estudantil de Masaya, Cristian Fajardo, e a universitária Valeska Sandoval, que se refugiou na Igreja Divina Misericórdia de Manágua durante o ataque de paramilitares à Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua (Unan) em 14 de julho.

Continua após a publicidade

A diretora Executiva do Cenidh, Marlin Sierra, disse que o número de detidos é incerto porque muitos são presos e depois soltos. Porém, segundo o Cenidh, a onda de protestos iniciada em 18 de abril já deixou 292 mortos, incluindo vinte policiais e trinta paramilitares ligados ao governo.

A Comissão Permanente de Direitos Humanos (CPDH) recebeu denúncias de familiares de 150 pessoas capturadas e de um número semelhante de “sequestrados”. Já a Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH) recebeu denúncias sobre cerca de 700 detidos.

Em meio à onda de protestos contra o governo, o Parlamento controlado por Ortega aprovou na semana passada uma polêmica lei que pune com entre quinze e vinte anos de prisão os envolvidos em atividades contra o governo.

Continua após a publicidade

O secretário da ANPDH, Álvaro Leiva, qualificou as detenções de “caça de jovens” por participar ou apoiar os protestos (…) ou se expressar contra o governo nas redes sociais. Leiva classificou as prisões como “sequestros” porque os paramilitares não têm base legal para esse tipo de ação.

(Com AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.