Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Opositora ucraniana Yulia Timoshenko inicia greve de fome

Por Sergei Supinsky
24 abr 2012, 17h42

A ex-primeira-ministra e atual opositora ucraniana Yulia Timoshenko iniciou uma greve de fome na prisão para denunciar, entre outras coisas, a repressão política no país e a violência da qual foi alvo na prisão, informou nesta terça-feira seu advogado.

“Ela começou a greve de fome na sexta-feira”, declarou por telefone à AFP o advogado de Timoshenko, Sergui Vlasenko, depois de visitar a cliente a na prisão de Kharkiv, onde ela cumpre uma pena de sete anos de prisão por abuso de poder.

“É uma greve de fome por tempo indefinido. Ela pede o fim da repressão política no país”, disse.

O advogado leu para a imprensa um comunicado da líder opositora, que afirma ter sido vítima de atos de violência cometidos por funcionários do sistema penitenciário quando estava hospitalizada na semana passada.

Timoshenko foi internada na sexta-feira à noite em uma clínica de Kharkiv por dores nas costas.

No domingo, depois que a ex-premier se recusou a receber um tratamento no hospital, ela foi levada de volta para a prisão. As autoridades afirmaram que a líder opositora havia aceitado a transferência.

“Três homens fortes se aproximaram, colocaram um lençol sobre minha cabeça e começaram a me tirar da cama à força. Com dor e desespero, me defendia como pude e recebi um golpe forte no ventre”, afirma a nota de Timoshenko.

Continua após a publicidade

“Amarraram minhas mãos e pés e me levaram para fora no lençol”.

Um diretor adjunto da prisão negou qualquer ato de violência contra a ex-chefe de Governo e disse não saber se Timoshenko estava em greve de fome ou não.

Apesar de as autoridades terem negado a utilização da violência, o caso provocou a irritação da UE, cujas relações com a Ucrânia estão tensas pelo processo contra Timoshenko.

A Comissão Europeia pediu à Ucrânia para dar “explicações urgentes” sobre sua situação, segundo o porta-voz do comissário encarregado da ampliação.

O ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, mostrou-se “profundamente preocupado com a saúde” de Timoshenko, e a Rússia pediu à Ucrânia dar mostras de “humanidade” com a opositora.

O procurador da região de Kharkiv, Guennadi Tiurin, confirmou que a opositora foi levada ao hospital pela força, mas negou ter recorrido à violência, em um encontro com a imprensa em Kharkiv.

Continua após a publicidade

“Foi levada no veículo”, disse Tiurin. Em relação à violência, “suas afirmações não foram confirmadas”, completou.

A opositora aceitou em um primeiro momento ser levada ao hospital, mas depois rejeitou essa oferta, fazendo com que os funcionários a levassem à força, afirmou o procurador.

Presa desde agosto, Timoshenko, 51 anos, foi condenado em outubro a sete anos de prisão por abuso de poder, por assinar em 2009 com a Rússia acordos de gás considerados prejudiciais ao país, quando era chefe de governo.

É julgada novamente, desde quinta-feira passada, desta vez por desvio de fundos públicos e fraude fiscal em 1997-1998 quando liderava o grupo Sistemas Energéticos Unidos da Ucrânia (SEUU). Seus crimes podem ser castigados com até 12 anos de prisão.

A opositora, uma dos líderes da Revolução Laranja de 2004, derrotada nas eleições presidenciais de 2010 pelo atual chefe de Estado, Viktor Yanukovitch, denuncia que se trata de uma vingança pessoal deste que, segundo ela, quer tirar sua principal adversária do cenário político.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.