Opositor denuncia Maduro na Justiça por mortes em protestos
Leopoldo López e seu advogado sustentam que as mortes no protesto de 12 de fevereiro foram feitas por agentes subordinados ao presidente Nicolás Maduro
O político opositor Leopoldo López, atualmente preso e processado pelos incidentes violentos ocorridos durantes os protestos de 12 de fevereiro na Venezuela, encaminhou nesta terça-feira ao Ministério Público uma denúncia contra o presidente do país, Nicolás Maduro, e o ministro do Interior, Miguel Rodríguez, por duas mortes ocorridas naquele dia. López considera que as provas da investigação da Promotoria demonstram que o verdadeiro responsável pelas mortes de Bassil Dacosta e Juan Montoya é o presidente da República, informou seu advogado de López, Juan Carlos Gutiérrez.
A denúncia também incluiu o então diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), Manuel Gregorio Bernal Martínez. Bassil Dacosta estava entre um grupo de pessoas que se separaram de uma marcha pacífica realizada em Caracas no dia 12 de fevereiro por oposicionistas e universitários, e morreu após ser atingido por um tiro na cabeça. Neste dia também morreu Juan Montoya, membro de um coletivo chavista, ao ser baleado em Caracas. Os incidentes de 12 de fevereiro incluíram o ataque à sede da Procuradoria-Geral e a queima de carros da polícia em Caracas.
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O advogado de Leopoldo López afirmou que “há muitas evidências” de que tanto Maduro como Rodríguez Torres “tinham conhecimento e que de alguma maneira os detidos são pessoas subordinadas a eles”. López é acusado pelos crimes de instigação pública, formação de quadrilha, danos à propriedade e incêndio durante os episódios de violência que ocorreram ao fim de uma marcha em 12 de fevereiro, em uma jornada que terminou com três mortos e dezenas de feridos e detidos. Neste dia se iniciou uma onda de protestos no país que se estendeu por quatro meses e que deixou um balanço oficial de 43 mortos e centenas de feridos. O político é líder do partido oposicionista Vontade Popular e está preso desde 18 de fevereiro, após se entregar voluntariamente à Justiça. Somadas, as penas pelos crimes aos quais López responde podem resultar em mais de treze anos atrás das grades. Ele e seus apoiadores dizem que sua prisão é fruto de uma perseguição política do governo Maduro.
(Com agência EFE)