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Opositor afirma que eleições egípcias ‘carecem de democracia’

Decisão da Comissão Eleitoral de prorrogar a votação por mais um dia foi criticada por observadores ocidentais que acompanham o pleito

Por Da Redação
28 Maio 2014, 09h56

O candidato presidencial opositor Hamdin Sabahi denunciou nesta quarta-feira que as eleições no Egito “carecem de conteúdo democrático e das mínimas garantias de liberdade”, mas afirmou que continua na corrida para não favorecer o boicote que os islamitas propõem. Sabahi confirmou, em comunicado, que os delegados de sua campanha se retiraram de todos os colégios eleitorais e responsabilizou a Comissão Eleitoral e as forças de segurança sobre a integridade do pleito.

A Comissão Eleitoral decidiu nesta terça estender em um dia, até hoje, o prazo para que os egípcios possam votar, diante da baixa participação registrada, o que despertou enormes críticas no país. “Neste momento, a pátria é cenário de uma ameaça real por parte das forças do extremismo e do terrorismo, por isso não podemos adotar posturas que serão aproveitadas em serviço de seus interesses e em detrimento de nossa pátria”, disse Sabahi, em alusão à Irmandade Muçulmana e sua campanha pelo boicote.

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Um bom número de ativistas e seguidores de Sabahi pedem desde ontem à noite nas redes sociais que se retire da corrida presidencial, após a ampliação do voto e várias irregularidades. O único rival nas eleições do grande favorito, o ex-chefe do Exército, Abdul Fatah Sisi, denunciou que nos dois últimos dias sua equipe sofreu “um grande número de violações, agressões e irregularidades” e que em alguns casos seus representantes foram proibidos de fazer seu trabalho e até mesmo levados à Procuradoria Militar.

“Talvez isso seja um processo que nos leve a 24 de janeiro de 2011”, ou seja, ao dia anterior à revolução contra o regime ditatorial de Hosni Mubarak, lamentou o candidato. Apesar de tudo, Sabahi reiterou que sua participação nas eleições permitiu justamente revelar as práticas antidemocráticas e as “ilusões que alguns tentaram divulgar nos últimos meses”. A missão observadora Democracia Internacional disse que a decisão de estender a votação levantou dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral do Egito. “Resoluções de última hora sobre procedimentos eleitorais importantes, tais como a decisão de aumentar o tempo de votação em um dia, deveriam ser feitas apenas em circunstâncias extraordinárias”, disse Eric Bjornlund, presidente da entidade, em comunicado.

Baixo comparecimento – O ritmo das eleições egípcias foi vagaroso nesta quarta, após a votação ter sido estendida para um terceiro dia em uma tentativa de aumentar o comparecimento às urnas, levantando questionamentos sobre o nível de apoio ao candidato franco favorito, Sisi. Nas duas maiores cidades do país, Cairo e Alexandria, poucas pessoas se apresentaram para votar.

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Em um país polarizado desde que um levante popular derrubou Mubarak do poder em 2011, o baixo quórum pode estar relacionado a um sentimento de apatia política, à possibilidade de outro presidente ligado a militares, ao descontentamento com a supressão de liberdades entre a juventude liberal, e a pedidos de boicote às urnas feito por ativistas islâmicos. Após meses de bajulação por parte da imprensa oficial, muitos egípcios ficaram surpresos ao ver que a eleição fracassou em gerar o imenso apoio previsto pelo próprio Sisi.

Para Sisi – responsável pela queda do ex-presidente Mohamed Mursi, no ano passado após grandes protestos contra seu governo – os riscos são altos. Um baixo apoio nas eleições neste dividido país pode significar que sua legitimidade como chefe de Estado da nação árabe mais populosa do mundo ficaria prejudicada tanto dentro de seu país quanto internacionalmente.

(Com agências EFE e Reuters)

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