Oposição síria pede que ONU discuta intervenção militar
CNS solicita a adoção das 'medidas necessárias' para acabar com massacres
O Conselho Nacional Sírio (CNS) pediu nesta segunda-feira que seja realizada uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para obter apoios e promover a intervenção estrangeira na Síria, após o recente massacre de crianças e mulheres em Homs. O membro da executiva do CNS, Mulhim Al Drubi, disse que sua coalizão solicita uma intervenção, inclusive militar, “para frear esses massacres”.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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“O povo sírio perdeu a paciência e quer uma intervenção militar imediata”, afirmou Al Drubi, que também é o responsável de Relações Internacionais da Irmandade Muçulmana síria. Em comunicado divulgado depois da descoberta de 47 corpos no bairro de Karm el Zaitoun, o CNS pediu à Liga Árabe e à ONU que exijam do Conselho de Segurança a adoção de “medidas necessárias para acabar com as operações de genocídio”.
O órgão opositor denunciou que após o último massacre e depois que o regime do presidente sírio, Bashar Assad, cometeu crimes similares em outros bairros de Homs, o destino dos responsáveis sírios é o Tribunal Penal Internacional, como criminosos de guerra. “Todos os países do mundo estão convocados a tomar a posição que sua responsabilidade política e ética requer, apoiando o povo sírio e interrompendo os massacres”, conclui o texto.
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ONU – Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a Assad que responda “com rapidez e nos próximos dias” às propostas apresentadas pelo enviado conjunto do organismo internacional e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan. Ban fez um apelo para que o ditador cesse a violência, permita o acesso humanitário e inicie o diálogo com a oposição, enquanto pediu ao Conselho de Segurança que se mostre “solidamente unido” para pedir o fim da violência e apoiar o papel de Annan para ajudar a Síria a sair de “uma situação catastrófica”.
“Somo minha voz à de Annan e exorto a Assad que atue com rapidez em resposta às propostas que o enviado especial conjunto apresentou”, disse o principal responsável da ONU no debate organizado no Conselho de Segurança sobre a Primavera Árabe. Segundo Ban, Annan manteve “um debate franco e completo com Assad” e lhe pediu que adote “medidas imediatas para acabar com a violência e os abusos, resolva a crise humanitária e embarque em um processo pacífico e sem exclusões que responda às aspirações do povo”.
(Com agência EFE)