Cairo, 23 dez (EFE).- O Conselho Nacional Sírio (CNS), o principal órgão da oposição, responsabilizou nesta sexta-feira o regime de Bashar Al Assad pelos dois atentados ocorridos em Damasco, com o objetivo de ‘desorientar’ os observadores árabes.
Em declarações à Agência Efe, o porta-voz do CNS Omar Edelbe afirmou que o regime pretende ‘desorientar os observadores da Liga Árabe’ que chegaram nesta quinta ao país para comprovar a cessação da violência, visto que ambas as explosões foram registradas no início da visita.
‘Trata-se de uma tentativa de demonstrar que o regime está enfrentando um perigo externo e não uma revolução popular’, apontou Edelbe, que considerou que as vítimas destas explosões ‘fazem parte do preço da liberdade que o povo sírio está pagando para se desfazer de um regime ditador e criminoso’.
Pelo menos 30 pessoas morreram nesta sexta-feira e mais de 50 ficaram feridas após os dois atentados suicidas com carro-bomba nas proximidades dos edifícios de Segurança Central em Damasco.
Segundo a agência de notícias ‘Sana’, as investigações preliminares apontam que os ataques estariam relacionados com a organização terrorista Al Qaeda.
No entanto, o porta-voz do CNS descartou que Al Qaeda tenha relação com os atentados e disse que o regime ‘os preparou para propagar o terror e o caos no país, além de impedir que os observadores consigam ver a realidade dos fatos’.
Estes novos atos de violência foram registrados depois que um grupo de observadores da Liga Árabe chegasse à Síria para comprovar que o regime sírio está atendendo a iniciativa árabe para solucionar a crise no país, que estipula, entre outros pontos, o fim da violência.
Segundo a ONU, desde que começaram os protestos em março mais de 5 mil pessoas faleceram devido à repressão governamental, apesar de Damasco transferir a culpa da violência para grupos terroristas.
Nesta sexta, a repressão dos protestos antigovernamentais continuou a fazer vítimas na Síria, onde pelo menos oito pessoas morreram por disparos das autoridades na província central de Homs, uma das principais fortificações da oposição, segundo os opositores Comitês de Coordenação Local. EFE