Moscou, 5 mar (EFE).- A oposição extraparlamentar russa afirmou nesta segunda-feira que não reconhece a vitória do primeiro-ministro, Vladimir Putin, nas eleições presidenciais do domingo, devido às inúmeras falsificações.
‘Não reconhecemos como legítimas as eleições presidenciais. Foram utilizadas tecnologias sujas de manipulação eleitoral’, afirmou nesta segunda à Agência Efe Sergei Udaltsov, um dos dirigentes do comitê ‘Por eleições limpas’.
Udaltsov considera que a vitória de Putin no primeiro turno com mais de 63% dos votos ‘é uma falta de respeito à sociedade civil russa’.
‘Reforçaremos a campanha de desobediência civil com grandes protestos’, antecipou.
O líder da Frente de Esquerda afirmou que no protesto que a oposição realizará nesta tarde na Praça Pushkin ‘serão anunciados os próximos passos da oposição’.
Entre outras coisas, a oposição demandará no comício a repetição da votação parlamentar de dezembro e das presidenciais do domingo.
‘Reunimos mais de 100 mil pessoas. Temos um novo argumento, a duvidosa vitória de Putin nas eleições presidenciais’, disse à Agência Efe Sergei Mitrokhin, líder do partido liberal Yabloko.
A Promotoria de Moscou advertiu nesta segunda-feira à oposição mais radical de Putin a não infringir a lei durante os protestos antigovernamentais.
A prefeitura moscovita – que se opôs aos protestos da oposição nas praças Lubianka, perto da Comissão Eleitoral, e Manezh, em frente ao Kremlin – prometeu à oposição que fechará o trânsito em algumas das ruas que cercam a Praça Pushkin.
Os opositores haviam advertido que se nas presidenciais a fraude das parlamentares se repetisse, lançariam uma campanha de desobediência civil com protestos indefinidos em escala nacional.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobianin, advertiu que não permitirá uma reprodução da Revolução Laranja de 2004 na Ucrânia, na qual os opositores acamparam na praça da Independência de Kiev para denunciar as fraudes até que alcançaram a repetição das presidenciais.
‘Não permitiremos que sejam montadas barracas na cidade’, afirmou o prefeito. EFE