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Oposição e imprensa oficial síria concordam sobre fracasso de Genebra

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1 jul 2012, 11h06

As grandes potências mundiais alcançaram um acordo na reunião de Genebra sobre os princípios de uma transição na Síria, mas a imprensa oficial e a oposição sírias concordaram neste domingo em chamar o encontro de “fracasso” ou insuficiente, apesar de “alguns elementos positivos”.

O acordo de sábado prevê a formação de um governo de transição, que “poderá incluir membros do atual governo e da oposição e de outros grupos, e deve ser formado com base em um consentimento mútuo”, explicou o emissário internacional Kofi Annan, idealizador da reunião.

Annan afirmou que o futuro do presidente Bashar al-Assad será um assunto das “partes sírias”.

O enviado especial da ONU e da Liga Árabe expressou dúvidas de que os sírios escolham para governá-los dirigentes “que têm sangue nas mãos”.

A imprensa síria criticou o acordo.

“Nenhuma solução será possível se não estiver baseada no que deseja o povo sírio, fonte de legalidade. Os sírios são capazes de iniciar um diálogo nacional no qual não cabem nem os países vizinhos, nem os países mais afastados, em particular os que estimulam os sírios a matar-se”, afirma o jornal do partido governista, Al Baas.

O jornal Al Watan, ligado ao regime, celebrou o fato do comunicado final da reunião de Genebra não mencionar um cenário de fim de crise parecido com o Iêmen (saída negociada do presidente) ou Líbia (intervenção estrangeira para derrubar o regime).

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Os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que organizam a mobilização da oposição síria, denunciaram em um comunicado “os giros obscuros” utilizados no acordo, que permitem ao regime “jogar com o tempo para reprimir o movimento de revolução popular e calar o movimento com violência e massacres”.

O acordo sobre a transição na Síria “é apenas uma versão, apenas diferente na forma, das demandas dos dirigentes russos, aliados do regime de Assad, e que o protegem política e militarmente ante as pressões internacionais”, afirmam.

Bassma Kodmani, porta-voz do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal grupo de oposição afirmou à AFP que a declaração de Genebra “parece sugerir alguns elementos positivos”.

“O primeiro é que a declaração final final indica que os participantes chegaram a um acordo para dizer que a família Assad não pode dirigir mais o país e que, portanto, não pode conduzir o período de transição”.

“O segundo ponto positivo é que existe um acordo para dizer que a transição deve responder às aspirações legítimas do povo sírio. Esta expressão significa para nós a saída de Assad, pois os sírios já se manifestaram neste sentido”, completou Kodmani.

Ao mesmo tempo, criticou que “elementos importantes continuam sendo muito implícitos e ambíguos, e o plano muito vago para poder prever uma ação real e imediata”.

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O ex-diretor do CNS e atual membro do gabinete executivo Burhan Ghaliun afirmou que as declarações de Kodmani não representam a posição oficial do movimento.

O canal Al-Arabiya afirmou que a declaração de Genebra “é a pior tomada de posição internacional já anunciada nas conversações sobre a Síria”.

Ao mesmo tempo, a violência prossegue e gera dúvidas sobre a viabilidade do acordo.

No sábado morreram mais de 120 pessoas de forma violenta em todo o país, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Neste domingo, cinco civis morreram em Hama e um rebelde em Deir Ezzor.

Em mais de 15 meses de revolta, a repressão e os combates deixaram mais de 15.800 mortos, a maioria civis, segundo o OSDH.

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