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Oposição desiste de impeachment contra presidente do Paraguai

Recuo aconteceu após cancelamento do acordo energético com o Brasil; pacto impediria Paraguai de recomprar energia a preços mais baixos

Por Da Redação
1 ago 2019, 15h55

Parlamentares paraguaios recuaram nesta quinta-feira, 1, de sua ameaça de pedir o impeachment do presidente Mario Abdo, depois que Brasil e Paraguai cancelaram o acordo energético que gerou insatisfação no país vizinho.

Após o anúncio da oposição, Abdo pediu desculpas pela maneira como lidou com a crise desencadeada pela assinatura do pacto sobre a hidrelétrica de Itaipu.

“Quem tiver que ser responsabilizado por má conduta será responsabilizado”, disse Abdo em uma mensagem à nação, acrescentando que agradecia os parlamentares por decidirem proceder de uma maneira “que não rompe com o processo democrático”.

“Peço desculpas se estava errado”, disse Abdo diante de cerca de 5.000 apoiadores que se reuniram do lado de fora do palácio de governo no centro da capital Assunção.

Na quarta-feira, parlamentares da oposição ameaçaram entrar com um processo de impeachment contra Abdo e seu vice-presidente, Hugo Velázquez.

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Diante da pressão, o embaixador do Brasil em Assunção, Carlos Alberto Simas Magalhães, assinou o documento de anulação do acordo com o Paraguai, na sede no Ministério das Relações Exteriores nesta quinta.

A assinatura do acordo, em maio passado, desencadeou uma crise política que custou os cargos de quatro autoridades paraguaias envolvidas na negociação. As duas casas do Congresso, de maioria oposicionista, consideraram o pacto como “entreguismo” ao Brasil e votaram pela sua anulação, posteriormente ratificada por Abdo.

A população paraguaia também protestou contra a forma como o acordo foi negociado. As partes assinaram o pacto em maio, mas seu conteúdo só foi conhecido publicamente na semana passada.

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O acordo tinha o objetivo de corrigir manobras anteriores que permitiram ao Paraguai recomprar sua parcela de energia a preços bem mais baixos do que os pagos pelo Brasil. A nova fórmula seria válida até o final de 2022. No ano seguinte, termina a obrigação de Assunção vender sua parcela de energia de Itaipu apenas para o Brasil. O país poderá destinar a eletricidade, se tiver linhas de transmissão para outros mercados vizinhos.

A hidrelétrica de Itaipu tem caráter binacional e, em suas contas, não deve proporcionar lucratividade para nenhum dos lados. A usina, porém, foi construída com recursos brasileiros. Também partiu do Brasil a maior parte dos investimentos para a instalação do linhão de Itaipú a Assunção, que começou a ser energizado apenas em 2013, financiados pelo Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) ao custo total de 320 milhões de dólares.

O escândalo foi a primeira grande crise a abalar Abdo, que é próximo do presidente Jair Bolsonaro. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse nesta quinta-feira que tentativas de remover o líder paraguaio criam o risco de uma “ruptura da ordem democrática”.

Bolsonaro disse apoiar Abdo, que emergiu como um de seus primeiros aliados na região. “O problema do Paraguai é que o impeachment você faz em 72 horas”, disse Bolsonaro a repórteres na manhã desta quinta-feira. “A gente não quer prejudicar o Paraguai”.

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(Com Reuters)

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