Oposição denuncia massacre de civis pelo regime de Assad
Ao menos 260 pessoas morreram - incluindo mulheres e crianças - em ação do exército neste sábado
Ao menos 260 civis, entre eles mulheres e crianças, foram mortos na cidade síria de Homs em bombardeios aleatórios do exército, de acordo com o Conselho Nacional Sírio, grupo de oposição ao ditador Bashar Assad. O bairro mais castigado pela repressão até agora foi Al-Khalidiya, onde morreram pelo menos 150 pessoas, segundo a Comissão Geral da Revolução Síria.
Em comunicado, o Conselho Nacional Sírio pediu ao mundo que aja e exigiu que a Rússia mude de posição e condene o regime do ditador. “Nas primeiras horas de sábado (horário local), em 4 de fevereiro de 2012, o regime de Assad cometeu um dos mais horríveis massacres desde o início do levante na Síria (contra o atual regime, em março do ano passado)”, afirmou o conselho.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.000 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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Enquanto isso, o hospital de Al Amal, nesta mesma localidade, foi assaltado pelas forças de segurança do regime. Neste centro médico há mais de 50 corpos e uma centena de feridos. Os CCL informaram ainda que membros da Inteligência das Forças Aéreas sírias estão lançando mísseis e disparando com metralhadoras contra Qusur, também em Homs. Na noite dessa sexta-feira, as imagens dos canais de televisão árabes Al-Arabiya e Al-Jazira mostravam dezenas de corpos.
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Resposta dos rebeldes – As organizações opositoras pediram a todos os cidadãos que saiam às ruas do país em sinal de protesto pelos bombardeios sobre Homs e Zabadany (perto de Damasco) e em solidariedade às vítimas. Além disso, fazem o pedido para que moradores de Homs, que se tornou um reduto do rebelde Exército Livre Sírio (ELS), doem sangue e ofereçam assistência aos cidadãos dos bairros mais afetados.
Segundo as associações de oposição, a resposta dos sírios contra os bombardeios foi em massa e há concentrações em muitas cidades do país.
Nesta sexta-feira, milhares de sírios protestaram em todo o país, particularmente em Damasco, lembrando o 30º aniversário do massacre de Hama, onde forças do regime de Hafez Assad, pai do atual ditador, dispararam para dispersar manifestantes.
(Com agências EFE, France-Presse e Estado)