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Oposição de Mianmar proclama a eleição de Aung San Suu Kyi como deputada

Nobel da Paz, considerada inimiga número um das juntas militares, obteve vitória em todos os centros eleitorais de sua jurisdição

Por Da Redação
1 abr 2012, 11h13

A líder opositora de Mianmar, Aung San Suu Kyi, foi eleita deputada pela primeira vez em sua carreira política, em uma eleição parcial histórica celebrada neste domingo, anunciou seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), antes do resultado final dos comícios. “Aung San Suu Kyi obteve 82% dos votos no distrito rural de Kahwmu”, declarou à AFP Tin Oo, um dirigente da LND, na sede do partido em Rangún, onde centenas de pessoas festejavam a eleição de seu líder.

De acordo com o dirigente, Suu Kyi, que já recebeu o Prêmio Nobel da Paz, conseguiu a vitória em todos os centros eleitorais de sua jurisdição, situada a duas horas de Rangún. Outro dirigente do partido afirmou que a LND havia conseguido pelo menos 11 cadeiras, inclusive o de seu líder.

Considerada durante uma década como a inimiga número um das juntas militares que chegaram ao poder, Suu Kyi partia como favorita, mesmo disputando nas urnas pelas primeira vez em sua vida. Apesar de ter diminuído suas aparições públicas por conta de problemas de saúde, Suu Kyi parecia em forma durante a campanha eleitoral e durante seus deslocamentos pelas aldeias de sua localidade.

Ao todo, 45 regiões estavam em jogo em todo o país, das quais 44 são disputadas diretamente pela LDN de Suu Kyi: 37 na câmara baixa do Parlamento (de um total de 440), seis na câmara alta e duas nas câmaras regionais. A LND pretende alcançar a vitória nas 44 regiões em que se apresenta, segundo o partido, encabeçando a contagem de votos em todas elas.

O governo, formado por ex-militares que chegaram ao poder há um ano, tenta provar que as reformas iniciadas justificam o fim das sanções impostas pelos paíseses ocidentais para asfixiar a economia do país. Ao término de um processo de transição não violento e sob o controle do exército, esta nova administração propôs a Suu Kyi somar-se ao sistema político.

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De acordo com analistas, o próprio governo teria interesse em ver a líder opositora triunfar sob os olhos atentos da comunidade internacional.

Suu Kyi denunciou várias vezes que a campanha estava repleta de irregularidades. Contudo, também reivindicou o direito de participar do processo. “Uma vez no Parlamento, podemos trabalhar por uma verdadeira democratização”, disse ela na sexta-feira.

A LND lançou novas acusações no domingo, ao denunciar a presença de cera nas cédulas ao lado do nome dos candidatos opositores, um procedimento que teria a intenção de induzir a anulação do voto.

“Caso isso continue, desprestigiará as eleições”, disse Nyan Win, porta-voz da LND. Contudo, Surin Pitsuwan, secretário-geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), que enviou observadores ao país, minimizou o incidente.

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Depois de dar durante anos seu apoio a uma mulher que se transformou em ícone da resistência às juntas militares, os partidários de Suu Kyi estavam convencidos da vitória há semanas.

A “Dama de Rangún” havia triunfado nas eleições de 1990, mas a junta militar da época nunca reconheceu esses resultados. Vinte anos mais tarde, Suu Kyi estava sob prisão domiciliar durante as eleições legislativas de 2010, boicotadas pela LND e criticadas por países ocidentais.

O Partido da Solidariedade e Desenvolvimento da União (USDP), criado pela antiga junta militar, obteve cerca de 80% das regiões em 2010. Em virtude da Constituição, um quarto dos parlamentares são militares designados em meio ao processo eleitoral.

(Com AFP)

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