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Oposição da Bolívia unida para defender governadores

Por Por José Arturo Cárdenas
20 dez 2011, 19h08

A ordem de prisão de um governador e a destituição de outro, ambos importantes adversários do presidente da Bolívia, Evo Morales, motivaram protestos da oposição regional contra o governo.

O presidente está querendo exterminar toda a oposição através da justiça”, afirmou o deputado de direita Tomás Monasterios.

Promotores e juízes ordenaram, na segunda-feira, a prisão do governador do rico departamento (estado) de Santa Cruz, Rubén Costas, por se negar a viajar a La Paz para prestar depoimento num processo aberto contra ele por difamação, três dias depois de Ernesto Suárez, governador da região amazônica de Beni, ser acusado de má administração.

No caso de Suárez, o governo recorreu a uma lei aprovada durante o mandato de Morales destinada a suspender as autoridades com a simples acusação de um promotor, sem esperar a sentença. Dessa forma, o governador de Tarija e os prefeitos de Sucre e Potosi, todos opositores, foram destituídos.

No caso de Costas, o único governador da oposição que se mantém no cargo, num departamento como Santa Cruz, que produz quase um terço do PIB da Bolívia, a ordem de prisão deve ser executada no dia 2 de janeiro, já que as autoridades judiciais entraram em recesso.

A oposição se diz encurralada por Morales, vencedor das eleições em 2005, com 54% dos votos e reeleito em 2009, com 69%, e protesta por causa de Suárez e Costas.

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“Esperamos que a vontade da população seja respeitada, que não haja intenção de apontar autoridades a dedo, quando foram eleitas por ampla maioria”, disse o presidente do comitê cívico de Santa Cruz, Herlan Vaca Diez.

Vaca Diez se deslocou até Trinidad para organizar as mobilizações. Esta cidade, capital de Beni, está deste esta terça-feira em greve civil parcial de 48 horas, em repúdio à destituição de Suárez, como informou a televisão privada Unitel.

“Convocamos mobilizações pacíficas, como essa paralisação e as outras manifestações que conclamamos, porque vamos defender a democracia”, disse o presidente do comitê cívico de Beni, David Coca.

“De forma aberta, o comitê cívico do Beni está cometendo atos de revolta”, respondeu em uma coletiva de imprensa em Trinidad, Haisen Rivera, que substituiu Suárez na segunda-feira, apoiado pelo governo, como governador desse departamento rico no setor pecuário e madereiro.

Enquanto os discursos opositores começam a reaparecer, o governo destacou que a direita “está armando um show tentando se fazer de vítima”.

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“Isso não é uma perseguição política. Há ações corruptas que merecem punição”, disse o vice-ministro de Justiça Nelson Cox.

Desde que tomou posse em 2006, o presidente Evo Morales enfrenta forte resistência dos governadores de quatro dos nove departamentos bolivianos, que pediam maior autonomia política e econômica – uma guerra que o presidente acabou ganhando.

Suárez e Costas eram dois desses quatro governadores. Os outros dois eram Leopoldo Fernández, de Pando, na prisão desde 2008, acusado pelas mortes que aconteceram em uma manifestação em seu departamento.

O outro é Mario Cossío, do departamento produtor de gás de Tarija, destituído do cargo, acusado de má administração e que teve asilo político no Paraguai concedido.

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