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ONU: Principais indicadores de mudança climática bateram recorde em 2021

'Calor retido pelos gases de efeito estufa induzidos pelo homem aquecerá o planeta por muitas gerações', alerta novo relatório

Por Matheus Deccache Atualizado em 18 Maio 2022, 19h50 - Publicado em 18 Maio 2022, 15h23

Um novo relatório das Nações Unidas sobre o clima divulgado nesta quarta-feira, 18, apontou que quatro indicadores-chave do avanço da mudança climática bateram novos recordes em 2021. O documento alerta que o sistema global de obtenção de energia está levando a humanidade à catástrofe e pede uma transição para energias renováveis. 

As concentrações de gases causadores do efeito estufa, o aumento do nível do mar, aumento do calor e a acidificação dos oceanos atingiram os níveis mais altos já vistos, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU em seu relatório Estado do Clima Global para 2021. 

“Nosso clima está mudando diante de nossos olhos. O calor retido pelos gases de efeito estufa induzidos pelo homem aquecerá o planeta por muitas gerações”, disse o chefe da OMM, Petteri Taalas, que acrescentou que, sem mudanças bruscas, todos os medidores vão continuar aumentando “por centenas de ano, a menos que sejam inventados meios para remover o carbono da atmosfera”. 

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Segundo dados levantados para o relatório, os níveis de dióxido de carbono e metano na atmosfera superaram todos os recordes anteriores, confirmando que os últimos sete anos foram os mais quentes já registrados. 

Em relação à temperatura, a média global no ano passado foi 1,11ºC acima da média pré-industrial e segue se aproximando do limite de 1,5ºC, marca que representa um ponto sem volta para os efeitos do aquecimento. 

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Apesar de terem sido levemente mais amenas do que a de 2020 devido aos efeitos do resfriamento causado pelo fenômeno climático La Niña, no Pacífico, “é apenas uma questão de tempo até vermos o recorde ser quebrado novamente”, explica o documento. 

Já os oceanos aqueceram de maneira muito acelerada nos últimos 20 anos, mudança que provavelmente levará séculos ou milênios para ser revertida, de acordo com Taalas. Os mares suportam grande parte do aquecimento e das emissões, absorvendo cerca de 90% do calor acumulado do planeta e 23% das emissões de dióxido de carbono da atividade humana.

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Outro indicador-chave, a acidez dos oceanos, está agora no seu ponto mais alto em pelo menos 26 mil anos, à medida que a água absorve e reage com mais dióxido de carbono presente na atmosfera. Além disso, o nível do mar aumentou 4,5 centímetros na última década, com o aumento anual de 2013 a 2021 sendo duas vezes maior em relação a 1993 a 2002. 

De acordo com o secretário-geral da ONU, António Guterres, a visão anual é “uma prova do fracasso da humanidade em lidar com as perturbações climáticas e de que o sistema global de energia está ultrapassado e aproxima cada vez mais os humanos de uma catástrofe climática”.

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“Devemos acabar com a poluição por combustíveis fósseis e acelerar a transição para energia renovável antes de botarmos fogo na nossa única casa”, acrescentou ele, que esboçou um plano de cinco pontos para acelerar o uso de energia renovável.

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Por fim, Guterres disse que a transformação das energias renováveis pode ser o projeto de paz do século 21, reforçando que os governos mundiais devem promulgar reformas para acelerar projetos solares e eólicos.

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, os picos de temperatura passarão a ser mais frequentes conforme o planeta fica mais quente. Não existem mais dúvidas de que a humanidade é a responsável pelo avanço do aquecimento global. Para os cientistas, a questão não é mais se a temperatura poderá ou não subir, mas sim quanto.

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