A ONU anunciou na noite desta quinta-feira que formará uma comissão em parceria com o governo do Paquistão para investigar a morte da ex-primeira-ministra do país Benazir Bhutto, morta em 27 de dezembro passado. O acordo foi fechado entre o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi.
A decisão significa uma mudança de posição do governo paquistanês. Até agora, o presidente Pervez Musharraf culpava um militante ligado à rede terrorista Al Qaeda pelo ataque e se recusava a pedir uma investigação da ONU. Em vez disso, ele convidou oficiais da Scotland Yard, polícia britânica, para auxiliar no inquérito sobre a morte da ex-primeira-ministra.
Bhutto, líder do Partido do Povo Paquistanês (PPP) – principal legenda de oposição do país -, foi assassinada em Rawalpindi, perto de Islamabad, em um atentado suicida, enquanto fazia campanha para as eleições legislativas. O tribunal antiterrorista de Rawalpindi apontou como principal suspeito o líder talibã Baitulah Meshud, além de cinco cúmplices. A coalizão liderada pelo PPP derrotou os aliados de Musharraf nas eleições em fevereiro.
A ex-premiê viveu em exílio voluntário depois que Musharraf assumiu o poder, em 1999. Em outubro de 2007, ela retornou ao Paquistão para participar da campanha do PPP nas eleições municipais e parlamentares – as primeiras desde que Musharraf renunciou ao cargo de chefe do Exército do país para se tornar líder civil.