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ONU exige que Assad cumpra plano de transição da Liga Árabe

Por Da Redação
16 fev 2012, 21h23

David Valenzuela.

Nações Unidas, 16 fev (EFE).- A ONU condenou nesta quinta-feira a violência que o regime da Síria exerce sobre a população civil e exigiu ao presidente Bashar al Assad, apesar da reiterada oposição de Rússia e China, que cumpra o plano de transição elaborado pela Liga Árabe que contempla sua saída do poder.

A resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas recebeu o sinal verde de 137 países. Outros 17 se abstiveram e 12 votaram contra – entre eles, além da própria Síria, se opuseram Rússia, China, Irã, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela, Equador e Bolívia.

O texto, elaborado por vários países árabes, era similar ao que Rússia e China vetaram no Conselho de Segurança no último dia 4 de fevereiro, já que apoia ‘plenamente’ o plano de transição elaborado pela Liga Árabe para a Síria.

Esse duplo veto levou os países árabes e ocidentais a recorrer à Assembleia Geral – principal órgão representativo da ONU, onde não existe poder de veto, mas cujas resoluções não são vinculativas – com o objetivo de ‘mandar uma clara mensagem da comunidade internacional’ a Assad, segundo fontes diplomáticas.

‘O mundo não ignora o sofrimento do povo sírio. Hoje ficou claro’, assegurou perante a imprensa o embaixador da Arábia Saudita na ONU, Mohammad Khazaee, um dos países que redigiu a resolução.

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Além disso, o movimento na Assembleia buscava pressionar Rússia e China para que condenassem Damasco por ‘violações contínuas e sistemáticas dos direitos humanos e das liberdades fundamentais por parte das autoridades sírias’, como recolhe a resolução e algo que não foi alcançado nesta quinta-feira.

‘A resolução pretende isolar as autoridades da Síria, rejeitar qualquer contato com elas e impor uma fórmula externa para um acordo político’, disse o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, que lamentou a não incorporação ao texto das emendas propostas por Moscou.

‘Renovamos a rejeição absoluta ao uso da violência contra civis e pedimos ao Governo sírio que escute os pedidos de seu povo, satisfaça essas reivindicações e detenha o banho de sangue’, disse o embaixador egípcio, Maged Abdelfattah Abdelaziz, ao defender a resolução como representante dos países árabes na ONU.

O texto, que fala de ‘facilitar uma transição política dirigida pelos sírios rumo a um sistema político democrático e plural’, contou com o respaldo incondicional dos países ocidentais, que viram nesse simbólico pronunciamento da Assembleia (suas resoluções não têm o peso das do Conselho de Segurança) uma clara mensagem a Assad.

‘A resolução envia um claro sinal da condenação da comunidade internacional às ações do regime sírio. A mensagem não abre espaço para ambiguidades: a violência deve parar imediatamente’, disse o embaixador britânico, Mark Lyall Grant, no final da votação.

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A embaixadora americana, Susan Rice, ressaltou por sua vez que ‘Bashar al Assad nunca esteve tão isolado quanto agora’ e frisou que ‘uma rápida transição rumo à democracia recebeu hoje o estrondoso apoio da comunidade internacional’.

A resolução convida ainda o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a designar a um enviado especial para a Síria que ajude a promover uma ‘solução pacífica’ à crise. Este deverá ser o próximo passo das Nações Unidas enquanto o número de mortos na Síria segue aumentando diariamente.

Nos 11 meses de repressão na Síria morreram, segundo a ONU anunciou em meados de janeiro, mais de 5.400 pessoas, entre elas 400 crianças, embora desde então o organismo não tenha conseguido calcular um número confiável de falecidos.

A Síria se opôs formalmente à realização da sessão da Assembleia Geral, já que, segundo ressaltou seu embaixador na ONU, Bashar Jafari, representa ‘uma clara violação’ do funcionamento desse órgão e demonstra que a Síria está sendo ‘perseguida’ no organismo multilateral.

‘Esta resolução é desequilibrada’, comentou Jafari, denunciando que, após sua aprovação, a Liga Árabe e seus membros estarão ‘dando cobertura’ aos grupos terroristas que atuam na Síria, a quem responsabilizou pela violência no país.

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A Síria recebeu o apoio de Irã e Coreia do Norte, e também da Venezuela, cujo embaixador, Jorge Valero, assegurou que ‘as potências imperiais e seus aliados’ querem ‘ocupar militarmente um país soberano, praticar um golpe de Estado contra suas autoridades legítimas, e transformar a Síria em um protetorado’. EFE

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