ONU: Exército sírio viola continuamente direitos humanos
Relatório de comissão das Nações Unidas aponta que maioria dos abusos é praticada por forças do governo de Bashar Assad, mas não exime oposição
O mais recente relatório da comissão independente da ONU que investiga a violação dos direitos humanos na Síria, divulgado nesta quinta-feira, atriubui às forças de segurança do ditador Bashar Assad a maioria dos abusos cometidos contra os direitos fundamentais. O levantamento, que engloba os meses de março, abril e maio, também menciona algumas táticas de grupos da oposição, como a captura de soldados do regime, que em seguida foram torturados e mortos.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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A comissão internacional, porém, afirma que a grande maioria das violações documentadas “foi cometida pelo Exército e pelos serviços de segurança sírios, no âmbito de operações militares de busca em localidades conhecidas por abrigar desertores, pessoas armadas e simpatizantes da oposição”.
O relatório das Nações Unidas indica ainda uma “crescente militarização” do conflito, tanto por parte das forças governamentais quanto dos grupos opositores. “A comissão continua extremamente preocupada com a situação dos direitos humanos no país, onde as graves violações não diminuíram, em um contexto crescentemente militarizado, apesar do acordo das partes sobre o plano de seis pontos do enviado especial conjunto (da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan)”, afirma o documento.
Execuções – O relatório descreve um padrão claro de violações, em que as forças de segurança sírias bloqueiam aldeias e realizam buscas de casa em casa, atrás de integrantes dos movimentos de oposição ao ditador Bashar Assad. Em algumas dessas operações, segundo a comissão, famílias inteiras foram executadas.
Sem receber permissão do governo Damasco para visitar a Síria, o grupo da ONU realiza seu trabalho de investigação com base em entrevistas feitas dentro e fora do país com testemunhas diretas do conflito, que já matou cerca de 9.400 pessoas desde março do ano passado, quando teve início a repressão às manifestações populares pró-democracia.
(Com agência EFE)