O Conselho de Segurança da ONU retirou nesta sexta-feira as sanções contra o banco central da Líbia e um dos bancos-chave do país para os investimentos estrangeiros, enquanto os Estados Unidos retiraram “a maioria” das sanções contra o país, apesar de manterem congelados os ativos da família de Muamar Kafhafi.
Diplomatas informaram que a ação da ONU tem como objetivo aliviar a falta de divisas no país. O congelamento dos ativos do banco central líbio e do Banco Exterior líbio foi ordenado em fevereiro passado, como parte das sanções contra o ex-líder do país.
O governo interino havia redobrado os chamados para que os fundos congelados – estimados em 150 bilhões de dólares – fossem liberados no exterior para ajudar a pagar os salários e manter os serviços do Estado funcionando.
Em uma carta ao Conselho de Segurança, o chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafa Abdul Jalil, disse que a liberação dos fundos era “essencial para a estabilidade econômica da Líbia”.
A solicitação oficial do CNT para o fim das sanções foi feita uma semana atrás e não houve objeções por nenhum dos 15 membros do Conselho de Segurança para permitir o descongelamento nesta sexta-feira dos ativos líbios.
O chanceler britânico William Hague disse que seu governo atuaria imediatamente para liberar cerca de 6,5 bilhões de libras (cerca de 10 bilhões de dólares) retidos na Grã-Bretanha.
A decisão dos Estados Unidos ocorreu após o anúncio da ONU, e em um momento em que o mundo ajuda o novo governo líbio a desenvolver o que Washington chamou de “modos responsáveis”.
“Hoje, após cuidadosas consultas com o novo governo líbio, os Estados Unidos retiraram a maioria das sanções aplicadas sobre o governo da Líbia para manter nosso compromisso com o povo líbio”, afirmou a Casa Branca em comunicado.
A decisão implica o desbloqueio de todos os ativos do governo e do banco central líbio dentro da jurisdição dos Estados Unidos, em um montante de 30 bilhões de dólares, segundo o Departamento de Tesouro, apesar de manter congelados os fundos de Kadhafi e sua família.
“Estas medidas, junto com os passos dados hoje pelo Conselho de Segurança da ONU, permitirão ao governo líbio acessar a maioria de seus bens no mundo”, afirmou a Casa Branca.