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ONG denuncia execuções ilegais na Venezuela

Segundo o diretor da Human Rights Watch, José Vivanco, os relatos de familiares e de testemunhas "nos permitem chegar à conclusão de que a versão oficial não é confiável"

Por Da Redação
5 abr 2016, 07h58

A organização americana Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta segunda-feira execuções extrajudiciais e detenções arbitrárias na Venezuela. As ações foram cometidas por forças policiais e militares sob a justificativa de combater o crime. Em mais de 100 operações contra o crime realizadas desde agosto de 2015, pelo menos 245 pessoas morreram, segundo números divulgados pela HRW e pela organização venezuelana Provea no relatório “Poder sem Limites”. As organizações, no entanto, ressaltam que os números são uma estimativa e não há como saber a quantidade exata de mortos, pois o governo não informa os dados oficiais.

Entre os mais de 200 mortos documentados, “há vinte casos que as evidências sugerem a prática de execuções extrajudiciais”, afirmou o diretor da ONG, José Miguel Vivanco. Funcionários venezuelanos afirmaram que as duas centenas de mortes ocorreram por confrontos entre delinquentes e forças de segurança durante as operações, realizadas principalmente em zonas populares. Segundo Vivanco, além da “enorme desproporcionalidade” entre criminosos e policiais mortos, os relatos de familiares e de testemunhas “nos permitem chegar à conclusão de que a versão oficial não é confiável”.

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“O governo da Venezuela tomou a decisão de enfrentar o crime de uma maneira não democrática”, denunciou o coordenador-geral da Provea, Rafael Uzcátegui, durante uma coletiva de imprensa conjunta em Washington. Uzcátegui denunciou a “militarização do exercício da segurança dos cidadãos aprofundada pelo governo de Nicolás Maduro”, ressaltando que essa prática contraria as recomendações de organismos internacionais e da Constituição venezuelana.

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Prisões arbitrárias – As organizações denunciaram a apreensão arbitrária de mais de 14.000 pessoas, das quais menos de uma centena foi formalmente processada por algum crime. Em especial na zona fronteiriça com a Colômbia, 1.700 migrantes colombianos foram deportados para seu país: 400 deles tinham status de refugiados, ou se declararam vítimas de perseguição de paramilitares. A HRW e a Provea também verificaram a destruição de 976 residências em quatro Estados da Venezuela, sem aviso prévio, depois que as forças de segurança abateram, ou detiveram, os supostos criminosos. “Nunca vimos uma coisa dessa natureza nem na Venezuela, nem em nenhum outro local da América Latina”, afirmou Vivanco.

Um dos países sem conflito bélico mais violentos do mundo, a Venezuela encerrou o ano de 2015 com uma taxa de 58 homicídios a cada 100.000 habitantes, totalizando 17.778 pessoas mortas, segundo os dados oficiais. Já as organizações civis apontam que o país teve uma taxa de 90 mortes violentas para cada 100.000 habitantes em 2015, totalizando 27.875 óbitos.

(Da redação)

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