Cairo, 2 jul (EFE).- Entidades opositoras ao regime da Síria registraram nesta segunda-feira mais de 50 mortes decorrentes das ofensivas do Exército, enquanto a oposição se reúne no Cairo para convergir opiniões e buscar uma solução à crise que atinge o país.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou em comunicado que pelo menos 33 civis morreram pelos bombardeios e disparos das tropas governamentais e que 15 corpos foram achados no bairro de Deir Baalba em Homs.
Além disso, a entidade assinalou que há informações não confirmadas que indicam que outras 15 pessoas teriam morrido na cidade de Duma, situada na periferia de Damasco.
Já os opositores Comitês de Coordenação Local (CCL) elevaram o número de mortos para 90, a maioria em Hama, Homs e nos arredores da capital.
As tropas governamentais enfrentaram os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS) nos povoados de Zabadani e de Duma, perto de Damasco, confrontos acompanhados de bombardeios contra as montanhas da região.
Em Homs, os militares do regime bombardearam a cidade de Rastan, atual reduto do ELS, e cortaram a eletricidade e a água.
Além disso, as forças do regime irromperam nas localidades de Bachura e Jarajima em Hama, onde prenderam várias pessoas.
A província de Deraa também foi atingida nesta segunda-feira pelas operações do regime, que bombardeou várias localidades, entre elas Umm Al Mayadin.
Esses eventos coincidem com uma reunião no Cairo dos principais grupos da oposição síria para superar suas divisões e pactuar uma estratégia para a etapa transitória após uma eventual queda do regime de Bashar al Assad.
Os opositores analisaram um ‘documento de acordo nacional’ para a transição, que inclui pontos como a separação entre a religião e o Estado, a alternância do poder, a igualdade de direitos para todos os cidadãos e as liberdades públicas.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu nesta segunda-feira ao Conselho de Segurança que se evite ‘a todo custo’ uma maior militarização do conflito na Síria, onde a violência aumenta devido ao envio de armas do exterior ao governo e à oposição. EFE