Observadores dos países do Golfo se retiram da Síria
Exército bombardeia pelo segundo dia consecutivo a cidade de Hama
Os observadores do Golfo Pérsico deixaram a Síria nesta quarta-feira como anunciado pelos seus países devido à continuidade do “derramamento de sangue, do massacre de inocentes e do descumprimento por parte do regime sírio das resoluções da Liga Árabe”. Agora, os países do Golfo querem convocar a ONU a pressionar o governo sírio, o que a Liga Árabe já começou a fazer.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.000 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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Apesar da saída dos observadores do Golfo, a missão da Liga Árabe, prorrogada até 23 de fevereiro, continuará. “A saída dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC na sigla em inglês) não terá impacto no trabalho da missão. Somos todos profissionais aqui e podemos fazer o serviço”, disse à agência de notícias Reuters um veterano monitor árabe que pediu anonimato.
“Éramos cerca de 170 e agora, com a saída deles, somos cerca de 120”, afirmou ele. “Precisamos de mais monitores, é claro, e mais virão em breve para substituir os que se foram”, completou. Entre os observadores que já deixaram a Síria estão cidadãos do Kuwait, dos Emirádos Árabes e do Barein.
Liga Árabe – Depois de ter seu plano de paz rejeitado pela Síria, a Liga Árabe buscou o apoio das Nações Unidas para tirar o regime de Bashar Assad do poder. Nabil Elaraby, chefe da Liga Árabe, e Hamad bin Jassim al-Thani, primeiro-ministro do Catar, enviaram uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon com detalhes sobre a solução que encontraram para o país.
No documento, eles pedem um encontro conjunto na sede da ONU para informar o Conselho de Segurança sobre os desdobramentos e obter o apoio do Conselho para o plano. Os países da União Europeia já apoiaram a proposta, mas a Rússia a bloqueou.
Violência – Enquanto a comunidade internacional não se decide sobre como intervir na crise, o exército sírio bombardeou nesta quarta-feira pelo segundo dia consecutivo a cidade rebelde de Hama, no centro do país, matando pelo menos uma pessoa.