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Obama respeita um minuto de silêncio no aniversário do massacre de Newtown

Em 14 de dezembro de 2012, um jovem de 20 anos matou 20 crianças e seis adultos na escola primária Sandy Hook. Desde então, maioria das leis estaduais facilitaram acesso a armas

Por Da Redação
14 dez 2013, 21h53

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e sua esposa Michelle acenderam neste sábado 26 velas e observaram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do tiroteio na escola Sandy Hook de Newtown, ocorrido há um ano. Em 14 de dezembro de 2012, um jovem de 20 anos, Adam Lanza, matou em 10 minutos com uma arma semiautomática 20 crianças e seis adultos na escola primária Sandy Hook, antes de cometer suicídio. Antes dos assassinatos, tinha matado a própria mãe.

A tragédia traumatizou a pequena cidade de Newtown, em Connecticut, e todo o país. O casal Obama acendeu uma vela para cada vítima em um quarto da Casa Branca. Os dois permaneceram em silêncio por alguns minutos e deixaram o local sem declarações.

Os sinos da igreja soaram 26 vezes para lembrar as vítimas e as bandeiras foram colocadas a meio mastro em todo o estado de Connecticut (nordeste), como solicitou o governador Daniel Malloy. Mais cedo, o presidente americano usou o programa semanal de rádio para pedir “mudanças” que evitem novos massacres.

“Há um ano, uma pequena cidade tranquila foi abalada por uma violência indescritível”, afirmou o presidente, em tom solene, na mensagem gravada na Casa Branca.

“Devemos fazer mais para evitar que pessoas perigosas possam colocar as mãos com facilidade em armas”, disse o presidente americano.

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“Devemos fazer mais para curar as mentes perturbadas. Devemos fazer tudo para proteger nossas crianças”, insistiu.

Neste sábado, a maior parte dos meios de comunicação respeitaram o desejo dos habitantes de Newtown e evitaram ir até o local. O massacre de Newtown provocou um debate intenso nos Estados Unidos sobre as armas de fogo. Alguns estados endureceram a legislação sobre a posse de armamento, mas a grande reforma que Obama desejava implementar a nível nacional fracassou em abril com uma rejeição no Senado.

Na sexta-feira, um jovem abriu fogo na escola Centennial, no estado do Colorado, e feriu duas pessoas, antes de cometer suicídio. O drama aconteceu perto de Aurora, onde um jovem matou 12 pessoas em um cinema em 2012. A cidade também fica perto de Columbine, onde dois estudantes mataram 13 colegas em 1999.

Legislação- À espera de uma regulação federal sobre a venda e uso de armas de fogo, os diferentes estados dos Estados Unidos tomaram a iniciativa e aprovaram 109 leis a respeito, que em sua maioria diminuem as exigências para se ter acesso a armamento.Quase dois terços (70) das novas leis estaduais facilitam o acesso às armas e as outras (39) tornam mais difícil.

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A grande atividade dos estados contrasta com a paralisia federal, para frustração de Obama, que, após o fato de Newtown, pediu um maior controle da venda de armas. Na realidade, a batalha legal sobre as armas foi disputada no âmbito estadual e praticamente cada estado promulgou pelo menos uma lei sobre armas no último ano.

“Nacionalmente as leis sobre as armas não são mais duras. São em alguns estados. Mas, por outra parte, outros liberalizaram suas leis este ano”, disse o professor de direito constitucional da Universidade de Denver David Kopel, especialista em controle de armas.

Hoje, 17 estados têm uma regulação mais permissiva com as armas que há um ano, outros 12 endureceram suas leis e nove aprovaram leis em ambos os sentidos, embora com um predomínio das que protegem o direito a possuí-las, consagrado na Segunda Emenda da Constituição americana.

O massacre de Newtown, o segundo com mais vítimas de um só atirador na história dos EUA, depois da chacina no instituto Virginia Tech de Blacksburg (Virgínia), em abril de 2007, onde morreram 33 pessoas, marcou um ponto de inflexão na opinião pública do país.

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Uma semana depois do tiroteio, 49% dos americanos consideraram mais importante vigiar o acesso às armas do que proteger o direito a possuí-las, uma postura defendida por 42%, em uma pesquisa do Centro Pew, e foi a primeira vez durante a Presidência de Obama em que se deu prioridade ao controle.

No entanto, Arkansas permitiu o porte de armas de fogo no local de trabalho, Montana proibiu as seguradoras de perguntar aos pacientes sobre posse de armas e outros nove estados aprovaram leis que favorecem a introdução de armas nas escolas.

O Texas, o estado mais ativo quanto a legislação sobre armas, promoveu 12 novas leis, 11 delas favoráveis a seu uso.

E mais, em Nelson (Geórgia), uma cidade de pouco mais de 1.000 habitantes ao norte de Atlanta, se tornou obrigatório ter uma arma de fogo em cada casa, com sua munição correspondente, para “proteger a segurança e o bem-estar geral da cidade e de seus habitantes”, segundo o governo municipal.

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“Nos últimos 20 anos, a tendência geral foi relaxar os controles. Em 2013 foi mais contraditória”, destacou Kopel.

No outro lado da balança, Califórnia, Nova York, Maryland e Conneticut, o estado onde aconteceu o massacre de há um ano, aprovaram as restrições às armas mais importantes, com medidas como tornar ilegal a posse de rifles de assalto, retirá-los das pessoas com doenças mentais e ajudar a verificação de antecedentes dos compradores com um registro de ex-condenados.

No Colorado, o acesso às armas também foi endurecido, embora não sem discussão. De fato, 11 condados rurais votaram em plebiscito sobre uma possível secessão, que não prosperou, na última jornada eleitoral de novembro para mostrar seu descontentamento.

Ao contrário dos parlamentos estaduais, o Congresso federal foi incapaz de acertar uma regulação sobre as armas de fogo.

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“Teremos que nos unir e tomar medidas significativas para prevenir mais tragédias como esta, sem importar a política”, anunciou Obama, entre lágrimas, momentos depois do tiroteio de Newtown.

Doze meses mais tarde, continua pendente uma legislação federal significativa a esse respeito, que Kopel vê agora como “muito improvável”.

O Senado não chegou a votar em abril uma proposta bipartidária por falta de apoio e, a partir daí, o debate foi se diluindo.

Leia também:

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(com agências France Presse e Efe)

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