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Obama promete uma economia justa em discurso direcionado para a reeleição

Por Por Diego Urdaneta
25 jan 2012, 06h24

O presidente Barack Obama prometeu reconstruir a economia americana com regras equitativas para todos e uma maior tributação aos milionários, em um discurso ante o Congresso na noite de terça-feira, quando lançou sua disputa pela reeleição.

“Podemos nos conformar com um país onde um número cada vez menor de pessoas tem muito sucesso, enquanto que mais americanos apenas cobrem seus gastos”, afirmou Obama em sua terceira mensagem sobre o Estado da União, faltando dez meses para as eleições americanas.

“Ou podemos criar uma nação onde todos tenham uma oportunidade justa, onde todos façam o que lhes corresponde, e todos sejam regidos pelas regras”, afirmou o presidente de 50 anos, durante um discurso por momentos combativos e que recebeu inúmeras ovações.

Obama enfatizou que os Estados Unidos “se fortalecem” e defendeu suas políticas de governo ao afirmar que “avançamos demais para dar marcha ré agora”.

“Enquanto for presidente, trabalharei com qualquer um desta Câmara para construir”, disse Obama, evocando as batalhas partidárias que marcaram sua presidência.

Ele disse ainda que pretende “lutar contra a obstrução com ação, e se opor a qualquer esforço para retornar às mesmas políticas que provocaram, em primeiro lugar, esta crise econômica”.

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“Não retornaremos a uma economia fragilizada pela externalização, a dívida ruim, os falsos ganhos financeiros”, afirmou.

Obama afirmou que busca uma reforma tributária para que os milionários paguem impostos de ao menos 30% e se estimule a produção das empresas americanas, em seu discurso anual diante do Congresso.

“Temos que mudar nosso código tributário para que as pessoas como eu, e uma grande quantidade dos membros do Congresso, pague sua parte justa de impostos”, disse Obama.

“A reforma fiscal deve seguir a regra (proposta pelo multimilionário) Buffett: se você ganha mais de 1 milhão de dólares ao ano, você não deve pagar menos de 30% em impostos”, destacou o presidente.

“Washington deve deixar de subsidiar os milionários”, afirmou

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Obama propôs uma série de reformas dos impostos às empresas para estimular uma maior produção local.

“Atualmente, as companhias recebem vantagens impositivas por levar empregos e lucros ao exterior. Enquanto isso, as companhias que optam por permanecer aqui pagam uma das taxas de impostos mais altas do mundo. Isso não tem sentido, e todos sabem disso”, declarou.

Em claro desafio à oposição republicana, que domina a Câmara de Representantes, destacou: “tenho a intenção de combater a obstrução com a ação, e me oporei a qualquer esforço encaminhado para regressar às mesmas políticas que nos conduziram a esta crise econômica em primeiro lugar”.

Obama também anunciou a criação de uma unidade para investigar práticas comerciais injustas, e assim exercer mais pressão sobre a China, e outra para fiscalizar os empréstimos hipotecários concedidos pelos grandes bancos americanos.

“Estou divulgando a criação de uma Unidade de Cumprimento das Regras Comerciais que será responsável pela investigação de práticas comerciais injustas em países tais como a China”, disse Obama, em seu discurso anual do Estado da União diante do Congresso americano.

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Apesar de o foco do discurso ser a política interna neste ano eleitoral, Obama também falou de temas internacionais.

Obama lembrou o fim da guerra no Iraque e a morte de Osama bin Laden.

“Pela primeira vez, não há americanos lutando no Iraque. Pela primeira vez em duas décadas, Osama bin Laden não é uma ameaça para este país”, disse o presidente.

Citando essa “geração de heróis” que “fez os Estados Unidos mais seguro e mais respeitado no mundo”, Obama arrancou a primeira ovação de pé da noite.

“A maior parte dos principais lugares-tenente da Al-Qaeda foi derrotada. O impulso dos talibãs quebrou, e algumas tropas começaram a retornar do Afeganistão”, disse.

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Dirigindo-se aos militares de seu Estado Maior Conjunto, Obama cumprimentou as conquistas como “demonstrações de coragem, o trabalho desinteressado, em equipe das Forças Armadas dos Estados Unidos”.

“Em um momento no qual muitas de nossas instituições nos decepcionaram, eles excederam todas as nossas expectativas. Focaram na missão que tinham em mãos. Trabalharam juntos”, completou.

Também citou a queda de Muamar Kadhafi na Líbia e advertiu que os dias do regime sírio de Bashar al Assad estão contados.

“Em um momento em que a maré da guerra retrocede, uma onda de mudanças percorre o Oriente Médio e o Norte da África, de Túnis ao Cairo, de Sanaa a Trípoli”, disse o presidente americano.

“Um ano atrás, Kadhafi era um dos ditadores mais longevos do mundo, um criminoso com sangue americano em suas mãos. Hoje já não está”, disse.

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“E na Síria, não tenho dúvidas de que o regime de Assad descobrirá em pouco tempo que as forças de mudança não podem ser revertidas, e que a dignidade humana não pode ser esmagada”, completou.

“Ainda não sabemos como terminará essa incrível transformação”, disse. “Vamos impulsionar políticas que conduzam a democracias fortes e estáveis e a mercados abertos, porque a tirania não é páreo para a liberdade”, afirmou.

E destacou que uma resolução pacífica “ainda é possível” sobre o controverso programa nuclear iraniano.

“Que não fique dúvida alguma de que os Estados Unidos estão decididos a impedir que o Irã desenvolva armas nucleares. Não descartaremos nenhuma opção disponível para conseguir esse objetivo. Mas ainda é possível chegar a uma resolução pacífica sobre esse problema”, disse Obama.

“Se o Irã mudar de rumo e cumprir suas obrigações, pode se reincorporar na comunidade de nações”, disse.

“Graças ao poder de nossa diplomacia”, o mundo superou suas divisões e está agora unido em torno da necessidade de deter as ambições nucleares do Irã, afirmou o presidente.

“O regime está mais isolado do que nunca; seus líderes enfrentam sanções asfixiantes. Essa pressão não cederá enquanto o regime não assumir suas responsabilidades”, completou.

O discurso de Obama foi recebido com críticas por parte dos republicanos, que procuram fazer das eleições um referendo sobre a situação da economia.

“Há três anos, medimos o candidato Obama por suas promessas e consignas esperançosas. Hoje, o presidente Obama acumulou um recorde da dívida, deterioração e desilusão”, acusou o pré-candidato republicano Mitt Romney, que luta corpo a corpo com o ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich pela indicação presidencial republicana.

“Não há um aspecto mais triste da presidente Obama que os esforços constantes de nos dividir, de favorecer alguns americanos, enquanto castiga outros”, comentou o legislador de origem hispânica, Francisco Canseso, encarregado de dar a resposta em espanhol do partido Republicano.

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