Obama inicia visita à Coreia do Sul para cúpula nuclear
Embora temas ligados à Coréia do Norte não estejam na agenda, eles devem ser bastante discutidos nos bastidores do evento
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou neste sábado à Coreia do Sul, onde se reunirá com seu colega sul-coreano e participará de uma cúpula sobre segurança nuclear. No domingo, Obama se reunirá com o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, para conversar sobre o futuro lançamento de um foguete norte-coreano, em abril.
Altos funcionários de 54 países, incluindo China e Rússia, participarão da cúpula. O vice-presidente do Brasil, Michel Temer, também estará no evento. Myung-bak afirmou que vai usar o encontro para angariar apoio internacional contra as ações do vizinho do norte.
Embora os norte-coreanos afirmem que o lançamento é exclusivamente civil e colocará em órbita um satélite de observação, Washington e seus aliados estimam que se trata de um teste de míssil e consideram o exercício uma provocação que viola as resoluções das Nações Unidas. A Coreia do Norte convidou especialistas espaciais internacionais e jornalistas para testemunhar o lançamento.
Os Estados Unidos afirmam ainda que isso romperá o acordo fechado há algumas semanas pelo qual a Coreia do Norte receberá alimentos em troca da suspensão de seus testes nucleares e balísticos e do programa de enriquecimento de urânio.
Nesse cenário tenso, Obama visitará no domingo a fronteira entre as duas Coreias, separadas desde o fim da guerra em 1953. O objetivo da visita à zona de fronteira é agradecer aos 28.500 militares americanos estacionados na Coreia do Sul e destacar o compromisso de Washington com a segurança daquele país, informou a Casa Branca.
Embora esta seja a primeira vez que o presidente americano visita a zona desmilitarizada, a secretária de Estado Hillary Clinton fez uma visita à área em 2010. George W. Bush, antecessor de Obama, usou binóculos para espreitar a Coreia do Norte a partir de um bunker no lado sul da fronteira em 2002.
A visita de Obama acontece praticamente dois anos depois do ataque a um navio de guerra sul-coreano, o Cheonan, que deixou 46 marinheiros mortos. A Coreia do Sul diz que um ataque de torpedo norte-coreano foi o responsável pelo naufrágio, mas o norte nega a acusação.
A cúpula sobre segurança nuclear será a segunda reunião sobre o tema. Embora o tema Coréia do Norte não esteja entre os assuntos da agenda oficial ele deve ser bastante discutido nos bastidores.
(Com agência France-Presse)