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Obama diz que não enviará aviões para deter Snowden

Equador diz que não emitiu salvo-conduto nem processou pedido de asilo

Por Da Redação
27 jun 2013, 12h53

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quinta-feira em Dacar, no Senegal, que não enviará aviões americanos para interceptar o voo de Edward Snowden, o ex-técnico da CIA acusado de espionagem que permanece na zona de trânsito do aeroporto de Moscou. Snowden, que completou 30 anos, planejava embarcar em um voo para Havana com destino final a Quito, mas não consegue deixar a Rússia depois que os EUA cancelaram seu passaporte. Ele aguarda uma concessão de asilo político do governo do Equador.

Snowden admitiu ter sido o responsável, no início deste mês, pelo vazamento de informações sobre programas secretos de vigilância da administração Obama. As revelações feitas pelo técnico, que também prestou serviços para a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), mostraram que o governo americano mantém ou tem a capacidade de manter cada cidadão do mundo sob constante vigilância. O caso aumentou a desconfiança em relação à administração democrata, que já vinha sendo atingida por denúncias de perseguição à imprensa e a grupos conservadores.

“Não vou enviar um avião para deter um hacker de 29 anos, mas faremos todo o possível para que ele seja preso e julgado”, disse Obama durante uma entrevista coletiva com seu colega senegalês, Macky Sall, no início de sua viagem pela África Subsaariana. Obama também afirmou que não abordou esse assunto com o presidente russo, Vladimir Putin.

“Estamos seguindo os canais ordinários para prender Snowden. É um tema que pretendemos tramitar de forma rotineira. Não chamei Putin, pois não é necessário pechinchar para submeter um cidadão à Justiça de seu país”, disse o presidente americano. Além disso, Obama lamentou que não exista um acordo de extradição entre os Estados Unidos e a Rússia, o que dificulta a entrega do ex-técnico da CIA.

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Enquanto isso, o governo do Equador disse nesta quinta-feira que ainda não processou o pedido de asilo feito por Snowden porque a solicitação não chegou, até o momento, a nenhuma de suas representações diplomáticas.

Irritadas com insinuações de que Quito estaria pesando os prós e contras do caso Snowden de acordo com seu próprio interesse, autoridades equatorianas também disseram que o Equador abriria mão dos direitos preferenciais de comércio previstos em um tratado com os Estados Unidos, que está perto de expirar. O acordo, uma espécie de compensação à ajuda do país sul-americano no combate ao tráfico de drogas, garante benefícios tarifários aos produtos equatorianos exportados aos Estados Unidos

Asilo político – O Equador desmentiu, na quarta-feira, ter emitido um salvo-conduto para Snowden, depois que o canal Univisión divulgou o documento, datado de 22 de junho e assinado pelo Consulado do Equador em Londres. “O Cônsul Geral do Equador em Londres concede o presente salvo-conduto a favor do cidadão, cujos dados constam a seguir. Este documento se estende para permitir o traslado direto de seu titular ao território de Equador para propósito de asilo político”, afirma o documento, assinado por Fidel Narváez.

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“Se solicita às autoridades correspondentes dos países em trânsito que se dignem a prestar as facilidades do caso, para que o portador do presente documento possa concluir sua viagem de destino ao Equador”, completa o documento de uma página com o escudo de armas do país sul-americano, que estampa o nome de Snowden, a data e o local de nascimento, a cor do cabelo e dos olhos, altura e estado civil. No entanto, não está claro se o documento é legítimo.

Snowden não é visto em público desde que deixou Hong Kong e desembarcou em Moscou no domingo. Ele deveria viajar para o Equador com uma escala em Cuba, mas permanece na zona de trânsito do aeroporto Sheremetievo.

Ele deixou o Havaí em 20 de maio e viajou a Hong Kong, onde vazou à imprensa informações confidenciais sobre a existência do programa de espionagem Prism. A rede oficial de bisbilhotagem permite ao governo americano vasculhar gravações telefônicas e de internet, além do tráfego em redes sociais, de milhões de americanos. A revelação se transformou no mais novo escândalo da gestão Obama e deixou estarrecidos os defensores das liberdades civis.

(Com agências EFE e France-Presse)

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