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Obama diz que não decidiu se vai atacar a Síria mesmo sem aval do Congresso

Em entrevista a redes de TV, presidente considerou “positiva” proposta de colocar armamento químico sírio sob controle internacional, mas questionou seriedade do plano

Por Da Redação
9 set 2013, 20h16

A defesa da necessidade de lançar uma ação militar contra a Síria ganhou novos tons nas declarações dadas por Barack Obama nesta segunda-feira em entrevistas a seis emissoras de TV americanas. O presidente admitiu que não sabe se vai ordenar um ataque caso o Congresso não aprove um texto nesse sentido. Também considerou um “desenrolar positivo” a proposta apresentada pela Rússia de que as armas químicas da Síria sejam submetidas a controle internacional. A proposta poderia levar a um “avanço”, mas exigiria acompanhamento, mantendo a pressão sobre a Síria e a Rússia e continuando a buscar o apoio do Congresso, disse, em entrevista à rede CNN. Apesar das ponderações, a fala de Obama traz mais incerteza sobre a possibilidade de conquistar o apoio tanto dos parlamentares como do povo americano para uma intervenção.

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No Senado, o líder da maioria, Harry Reid, anunciou que não forçaria a votação inicial de uma resolução nesta quarta-feira, como estava previsto. “Eu não acho que precisamos ser rápidos. Temos de mostrar como podemos fazer isso bem”, disse Reid aos senadores. “O que precisamos fazer é ter certeza que o presidente terá a oportunidade de conversar com os 100 senadores e as 300 milhões de pessoas antes de fazer isso”. O senador disse que conversou com Obama antes de tomar a decisão.

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À NBC News, Obama deixou transparecer que não tem certeza se conseguirá fazer com que a ação militar seja aprovada pelos congressistas. “Eu estou levando muito a sério essa votação no Congresso e o que os americanos estão dizendo. Eu sabia que levar essa decisão ao Congresso implicaria um risco de não se chegar a um consenso mesmo sobre um ataque limitado. Para mim, o presidente, agir sem consenso em uma situação na qual não há uma ameaça direta e imediata ao nosso território ou aos nossos interesses no mundo não é o tipo de precedente que eu queira abrir”.

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Obama defende um ataque “limitado” contra a Síria, em resposta ao ataque químico que, segundo a Casa Branca, deixou mais de 1.400 mortos no dia 21 de agosto, no subúrbio de Damasco. Depois de conseguir apoios importantes na última semana e demonstrar confiança de que a intervenção seria apoiada pelos parlamentares, o presidente foi comedido ao ser questionado pela NBC News sobre como avalia as chances de convencer os congressistas. “Eu não diria que estou confiante. Estou confiante que os membros do Congresso estão considerando esse assunto muito seriamente e que eles estão fazendo sua lição de casa”.

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Proposta russa – A proposta russa foi prontamente acolhida pela chancelaria síria, mas representantes do governo americano receberam o plano com ceticismo. À rede ABC, disse que uma intervenção seria “certamente” adiada se a sugestão fosse viabilizada. “Eu considero um desenrolar moderadamente positivo. Vamos ver se conseguimos chegar a um diálogo que evite uma ofensiva, mas também atinja nossos objetivos para assegurar que essas armas não sejam usadas”.

E voltou a ressaltar que uma eventual solução diplomática não significaria que o Congresso deve desconsiderar uma ação militar. “Eu não acho que teríamos chegado a este ponto se não tivéssemos mantido uma possibilidade crível de uma intervenção militar e eu não acho que agora seja a hora de nós abandonarmos isso”.

Na entrevista à rede CNN, Obama foi questionado se a proposta russa era suficiente para evitar um ataque contra a Síria. “Isso é possível, se (a sugestão) for real”. Ele acrescentou que, mesmo se houver um acordo em torno das armas químicas, isso não resolveria o desafio maior que o conflito na Síria representa.

O democrata também disse que a proposta russa é “certamente um desenrolar positivo”, quase a mesma frase dita à ABC. “É certamente um desenrolar positivo quando russos e sírios fazem gestos no sentido de lidar com essas armas químicas”. “Nós não tínhamos visto gestos deste tipo até agora. O fato de a administração americana e eu termos dito que estamos sérios sobre isso (um ataque), acho que levou a algumas conversas interessantes”.

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