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Obama critica republicanos por interferirem em negociações com o Irã

Grupo de senadores enviou carta a Teerã alertando que acordo nuclear pode não ser mantido pelos EUA. Para Obama, congressistas estão se juntando aos linha-dura do Irã

Por Da Redação
9 mar 2015, 21h27

As tensões entre o presidente Barack Obama e senadores republicanos ganharam um novo capítulo nesta segunda-feira depois que um grupo de 47 congressistas do partido – de um total de 54 senadores – divulgou uma carta aberta a Teerã alertando que um eventual pacto sobre o programa nuclear do Irã pode não ser honrado no futuro. Na carta, os parlamentares declarar que qualquer pacto pode ser revertido pelo próximo presidente “com uma canetada”. Eles lembram ainda que apenas o Congresso tem o poder de suspender de forma definitiva as sanções contra a República Islâmica.

A Casa Branca respondeu acusando os republicanos de conspirar com iranianos radicais, que se opõem às negociações. E sugeriu que o objetivo do grupo é empurrar os Estados Unidos para um conflito militar. “Eu acho irônico ver alguns membros do Congresso querendo se juntar aos linha-dura do Irã. É uma coalizão incomum”, disse Obama.

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O porta-voz da Presidência, Josh Earnest, considerou que a carta é a continuação de uma estratégia partidária para solapar a autoridade de Obama em política externa, bem como um eventual acordo entre o Irã e a comunidade internacional.”A corrida para a guerra ou, pelo menos, a corrida rumo à opção militar (contra o Irã), que muitos republicanos estão defendendo não beneficia em absoluto os Estados Unidos”, afirmou.

A carta é divulgada em um momento crítico das conversas sobre o programa nuclear. O presidente americano disse que o Irã deve concordar com um esboço de um acordo até o fim deste mês, caso contrário um aprofundamento das negociações não teria sentido. Na semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou as negociações em um discurso no Congresso em Washington. Ele foi convidado pelo presidente da Câmara, o republicano John Boehner, que não consultou nem a Casa Branca nem os democratas antes de fazer o convite.

A carta foi escrita pelo senador Tom Cotton, veterano da guerra do Iraque. Ele afirmou, em entrevista ao canal Fox, que o objetivo era explicar aos mulás iranianos os limites dos poderes presidenciais nos EUA.

As críticas vieram dos democratas, que consideraram a carta uma tentativa amadora de prejudicar as negociações. “Esta não é a hora de minar nosso comandante-em-chefe por puro ressentimento”, disse o líder da minoria, Harry M. Reid, em declaração reproduzida pelo jornal The Washington Post. “Deveríamos sempre manter um debate robusto sobre política externa, mas é algo sem precedentes um partido político intervir diretamente em uma negociação internacional com o único objetivo de constranger o presidente dos Estados Unidos”.

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Entre os republicanos que não assinaram a carta, o senador Bob Corker, presidente da Comissão de Relações Exteriores, está concentrado em conseguir apoio dos dois partidos para um projeto que exigiria uma revisão do acordo pelo Congresso. A chancelaria iraniana descartou a carta como uma “manobra de propaganda”.

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(Da redação)

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