Obama convoca uma coletiva para tentar abafar Superterça
Questionado sobre temas controversos, presidente repetiu discursos anteriores

Barack Obama concedeu nesta terça-feira a primeira coletiva de imprensa do ano. Mas a data não foi escolhida aleatoriamente. Segundo a imprensa americana, o claro objetivo do presidente era desviar a atenção da Superterça republicana – um dos eventos mais importantes do calendário eleitoral da oposição, quando dez estados escolhem seu candidato para concorrer à Presidência nas eleições dos EUA em novembro.
O que mais comprova a real intenção por trás do evento convocado por Obama foi sua postura diante das perguntas dos jornalistas: quando questionado sobre assuntos controversos, como uma possível intervenção militar na Síria ou no Irã, ele apenas repetiu o mesmo discurso adotado pelo governo há três anos – de que não haverá qualquer ação do tipo. Em clima de campanha, o presidente iniciou a coletiva com um discurso de abertura sobre o crescimento da economia americana, exaltando as iniciativas do seu governo para criar mais empregos.
Irã – Já na primeira pergunta, porém, o assunto voltou-se ao Irã, já que na segunda-feira o presidente se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que defende um ataque à República Islâmica. Obama insistiu em uma solução pacífica para o problema: “O que nós fizemos nos últimos anos e continuaremos fazendo é aprovar sanções sem precedentes ao Irã, e ele finalmente está sentindo essas tensões, está isolado do mundo”, disse. “As sanções serão ainda mais duras nos próximos meses e é assim que resolveremos o problema. É do interesse de todo o mundo resolvermos isso de forma pacífica”, acrescentou.
Sobre o programa nuclear desenvolvido pelo regime de Mahmoud Ahmadinejad, o presidente americano afirmou: “Não iremos tolerar o Irã produzindo uma nova arma atômica, isso iria aumentar a tensão na região e poderia cair nas mãos de terroristas. Nós temos conversado com Israel para impedir que isso aconteça. A minha visão, que é a mesma da inteligência americana e israelense, é a de que devemos resolver isso diplomaticamente. Vamos continuar aplicando sanções ao regime”.
Síria – Já a respeito da crise na Síria, Obama voltou a afirmar que não haverá uma intervenção no país. “O que acontece na Síria é de quebrar o coração, mas tomar uma decisão militar unilateral seria errado”, declarou. “A questão não é se Bashar Assad vai sair, a questão é quando. Ele perdeu a legitimidade e irá sair”, completou, destacando ainda a situação atual no país se difere da Líbia, que contou com a intervenção da Otan. “Estamos estudando como dar ajuda humanitária, como ajudar a oposição, como continuar o isolamento politico e econômico à Síria.”
Confira, no infográfico abaixo, os detalhes da Superterça republicana: