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O que faz Trump acenar para Israel

Decisão dos Estados Unidos de reconhecer assentamentos israelenses na Cisjordânia contraria entendimento da comunidade internacional

Por Amanda Péchy Atualizado em 22 nov 2019, 10h05 - Publicado em 22 nov 2019, 06h00

Desde que assumiu a Presidência, em 2017, Donald Trump vem se empenhando em enterrar os instrumentos da política internacional que há décadas são usados como peças do xadrez para alcançar a paz entre Israel e os palestinos — um jogo que, reconheça-se, até agora não levou a nada. A mais recente pá de cal diz respeito aos assentamentos que o governo israelense apoia e estimula na Cisjordânia, uma faixa de terra que os organismos internacionais consideram sob ocupação, desde sempre reservada para um hipotético Estado palestino. Em toda parte, eles são vistos como uma afronta às leis internacionais. Nos Estados Unidos, não mais: o governo americano decidiu declará-los perfeitamente legais. “Simplesmente reconhecemos uma realidade”, justificou o secretário de Estado, Mike Pompeo.

Antes disso, Trump já havia tomado outras medidas pró-Israel: reconheceu a disputada Jerusalém como capital e para lá transferiu sua embaixada; legitimou a ocupação das Colinas de Golã, que israelenses tiraram da Síria; e cortou a ajuda de 200 milhões de dólares aos palestinos. A declaração americana chega justo a tempo de dar um empurrãozinho na esperança de Benjamin Netanyahu, amigo do peito de Trump, de voltar a chefiar o governo de Israel. O país está sem comando formal desde a eleição de abril, quando Netanyahu não conseguiu compor maioria no Parlamento. Outra eleição, em setembro, acabou da mesma maneira: nem Netanyahu nem seu adversário, o general da reserva Benny Gantz, garantiram as alianças de que precisavam. A perspectiva é de uma terceira eleição em janeiro, quando Netanyahu terá uma complicação extra: ele acaba de ser indiciado por suborno, fraude e quebra de confiança.

Mas não é só para agradar a Netanyahu que Trump vem se aproximando de Israel. Esse movimento contribui para aumentar o apoio de sua base de cristãos evangélicos, que veem o retorno dos judeus a sua terra ancestral como um propósito divino. A um ano da eleição presidencial e enroscado em um processo de impeachment, Trump precisa de todo o apoio que puder angariar.

Publicado em VEJA de 27 de novembro de 2019, edição nº 2662

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