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Número de pessoas em escravidão moderna aumentou em 10 milhões, diz ONU

Estimativas sugerem que uma em cada 150 pessoas vivas estão presas em trabalho ou casamento forçados

Por Camille Mello
12 set 2022, 10h26

Um novo relatório sobre escravidão moderna divulgado nesta segunda-feira, 12, pelas Nações Unidas aponta que o número de pessoas forçadas a trabalhar ou a se casar contra sua vontade aumentou cerca de 10 milhões nos últimos cinco anos.

O documento, elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima que 50 milhões de pessoas – ou uma em cada 150 pessoas vivas – em todo o mundo estão nesta condição.

“Nada pode justificar a persistência desse abuso fundamental dos direitos humanos”, disse Guy Ryder, Diretor-Geral da OIT. Ryder acrescentou que é preciso um engajamento de todos os setores da sociedade e um esforço da comunidade internacional para reunir recursos para que o problema seja erradicado.

“Sabemos o que precisa ser feito. Uma abordagem prática é necessária. Sindicatos, organizações de empregadores, sociedade civil e pessoas comuns têm papéis críticos a desempenhar”, reforçou.

Segundo a instituição, a escravidão moderna é um desafio crescente graças à mistura de conflitos armados, mudanças climáticas e pandemia global, que não se limita a países pobres. Mais da metade de todo o trabalho forçado acontece em países mais ricos na faixa de renda média ou alta, informou as Nações Unidas.

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Tanto o trabalho quanto o casamento forçados são considerados como escravidão moderna, já que a pessoa não pode sair “por causa de ameaças, violência, engano, abuso de poder ou outras formas de coação”, segundo o documento.

“A prisão em trabalho forçado pode durar anos, enquanto na maioria dos casos o casamento forçado é uma sentença de prisão perpétua”, informa o relatório.

Os dados indicam que cerca de 27,6 milhões de pessoas estão em trabalho forçado, incluindo 3,3 milhões de crianças. Dessas crianças, mais da metade está em exploração sexual comercial.

Outros 22 milhões estão em casamentos forçados, sendo mais de dois terços do número mulheres, e muitas vítimas têm menos de 15 anos quando o casamento ocorre.

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A pandemia de Covid-19 foi um dos fatores apontados para o aumento dos trabalhos forçados, pois causou grande ruptura no emprego e na educação. A OIT também apontou que a crise sanitária exacerbou a “pobreza global extrema” pela primeira vez em 20 anos.

A guerra e os conflitos armados levam a condições de vida terríveis, ou ao recrutamento de crianças para trabalhar ou servir como soldados. Paralelamente, as mudanças climáticas provocaram a migração forçada de pessoas que deixaram suas casas fugindo de catástrofes, tornando-as mais vulneráveis a situações de escravidão.

Países como Catar e China forma mencionados no relatório como lugares em que há um aumento na degradação das relações trabalhistas. O Catar, que irá sediar a Copa do Mundo de futebol da Fifa, em novembro, é alvo da preocupação das Nações Unidas por conta de suspeitas de violações de direitos trabalhistas relacionadas a migrantes.

+ Sede da próxima Copa, Catar não explicou mortes de migrantes, diz Anistia

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A China, por sua vez, está envolvida em acusações de “graves violações de direitos humanos” pela detenção de minorias muçulmanas em Xinjiang, território autônomo no noroeste do país.

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