Número de mortos por intoxicação em prisão venezuelana sobe para 33
ONG afirma que condições precárias e maus tratos "obrigaram" presos a fazer protesto
A ONG Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) elevou nesta para 33 o número de presos mortos após o consumo indevido de remédios e para 135 os intoxicados em uma penitenciária do oeste do país. O incidente ocorreu na quinta-feira durante um motim no Centro de Reclusão David Viloria (conhecido como penitenciária de Uribana).
Os números diferem das 13 mortes e 145 intoxicados confirmados na quinta-feira pelo governo venezuelano. “Estamos falando de 33 pessoas (mortas) neste problema da prisão de Uribana”, confirmou o diretor do OVP, Humberto Prado.
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Segundo um comunicado oficial do governo, o incidente começou “um grupo de internos se declarou em greve de fome na segunda-feira para exigir a destituição de um funcionário ministerial que acreditavam ter sido nomeado diretor do centro”. Durante o protesto, alguns presos invadiram a enfermaria e ingeriram de forma descontrolada “antibióticos, antiepilépticos, anti-hipertensivos e álcool puro”.
Só que para Prado, o episódio de intoxicação “foi motivado pelas próprias autoridades”, já que “foram apresentadas denúncias por maus tratos, tortura, privação de alimentação e atendimento médico”, o que, segundo o diretor do OVP, “obrigou” os presos a fazer greve de fome.
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Em 2012, o governo da Venezuela decretou emergência “em matéria de infraestrutura carcerária” para a recuperação e construção de novas prisões, depois que 304 presos morreram e 527 ficaram feridos nas carceragens no primeiro trimestre daquele ano.
Desde então, o governo aplicou medidas disciplinares rígidas para acabar com a violência e erradicar as gangues de detentos.
No entanto, o OVP denunciou em agosto deste ano que 150 presos morreram e 110 ficaram feridos no primeiro semestre e afirmou que “os graves problemas nas prisões continuam sem solução” e que o governo quer reverter a situação com ‘um regime militar’. Segundo essa ONG, 506 presos morreram nas prisões da Venezuela em 2013.
(Com agências EFE e France-Presse)