De acordo com informações oficiais, 1 179 pessoas estão desaparecidas e dano total alcança 227,4 milhões de dólares
Por Da Redação
16 nov 2013, 08h56
Mais de uma semana após a passagem do tufão Haiyan perl Filipinas, o número de mortos e desaparecidos na tragédia segue a aumentar. Neste sábado, o governo elevou para 3 633 o total oficial de mortos. Já o número de desaparecidos subiu de 77 para 1 179. Os danos financeiros alcançam a soma de 227,4 milhões de dólares, dos quais a maior parte corresponde a perdas no setor agrícola nas ilhas mais atingidas de Leyte e Samar, informou o Nacional de Redução do Risco de Desastres e Conselho de Gestão.
No boletim emitido sexta-feira, o número de mortes estimadas era de 2 360 e os danos contabilizados estavam na casa dos 93 milhões de dólares. As estimativas sobre o número de mortos têm variado muito. O governo tenta conciliar o atendimento dos sobreviventes e, ao mesmo tempo, encontrar, identificar e registrar com precisão os mortos em uma das piores tempestades do país.
A Organização das Nações Unidas (ONU) relatou na quinta-feira um número de mortes de 4 460, citando relatórios do Departamento Filipino de Assistência e Desenvolvimento Social. Um general da polícia de uma das províncias afetadas foi demitido de seu cargo depois de dizer as mortes poderiam chegar a 10 000.
O chefe da agência de desastres, subsecretário Eduardo del Rosario, disse que as contagens oficiais estão sendo feitas meticulosamente para garantir “que seria, mais ou menos, mais perto da verdade.” Ele disse que houve relatos iniciais que eram o dobro do que foi posteriormente verificado por seus agentes em campo.
Ajuda – Mais vítimas do tufão Haiyan estão recebendo tratamento médico neste sábado, mas a assistência continua precária devido à devastação quase completa de várias áreas na região central do arquipélago. Enquanto os moradores de Tacloban tentam voltar à normalidade, autoridades e voluntários da região trabalham as 24 horas do dia para dividir os alimentos que já chegaram e distribui-los entre os afetados o mais rápido possível. Segundo disse à agência EFE Joel Espejo, um funcionário do Ministério de Bem-Estar Social e Desenvolvimento das Filipinas, deslocado em Tacloban, uma equipe de voluntários trabalha em turnos de 12 horas para organizar a distribuição dos alimentos, que dividem em pacotes familiares que contêm arroz, produtos enlatados e água.
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“Estamos distribuindo comida continuamente e não vamos parar enquanto tenhamos alimentos no estoque”, afirmou Espejo. Segundo ele, o país conta atualmente com 872 toneladas métricas de arroz e 290 de alimentos enlatados que chegaram de distintas ONGs e doações. Mais de 100 pessoas trabalham na empreitada para preparar os pacotes familiares e há oito caminhões para distribuir a ajuda aos chefes de distrito de Tacloban, que depois os repartem entre as famílias de sua região.
Edward Ty, outro membro do Ministério de Bem-Estar Social e Desenvolvimento, destacou que os voluntários são moradores da região e que também eles recebem um pacote de ajuda como compensação por seu trabalho. Embora tenha destacado que o trabalho é cada vez mais intenso, Ty admitiu que pela noite se freia em grande medida, já que os moradores têm medo de sair à rua devido à situação de insegurança que assola a cidade de Tacloban.
O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) assegura em seus últimos dados que 170 000 pessoas já receberam 34 000 pacotes de alimentos na província de Leyte, onde está Tacloban. Além disso, acrescentou que 150 000 pessoas têm agora acesso à água em 28 000 pontos de distribuição em Tacloban e que, na província, mais da metade dos municípios já contavam com rede telefônica.
No entanto, a agência da ONU triplicou o número de pessoas deslocadas que se encontram nos arredores dos centros de evacuação no país, que ascende agora a 1,4 milhão de pessoas. Enquanto isso, os moradores de Tacloban tentam reconstruir seus lares com os escombros deixados pelo tufão, com os quais levantam pequenas tendas de campanha improvisadas para refugiar-se das precipitações da época de chuvas.
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Os trabalhos de emergência melhoraram notavelmente na quinta-feira com a chegada do porta-aviões americano George Washington, que atracou em frente ao litoral de Tacloban, uma das cidades mais afetadas na ilha de Leyte. O George Washington transporta 5 000 fuzileiros navais e 80 aeronaves para distribuir alimentos, água e remédios nas áreas mais remotas da ilha, onde a ajuda internacional chegou dias depois do desastre.
Dinheiro – Na noite de sexta-feira, a ONU diz ter recebido 72 milhões de dólares dos 301 milhões que solicitou para ajudar as Filipinas, devastadas pelo tufão. O ógão havia feito um chamado na última terça-feira, com o objetivo de arrecadar 301 milhões de dólares para um período que vai até o fim de maio de 2014.
No total, levando em conta o resultado do chamado e as contribuições procedentes de outros órgãos externos, foram arrecadados 153 milhões de dólares em favor das vítimas do tufão, estimou o diretor de operações do Ocha, John Ging.
“Os contribuintes responderam de forma muito generosa, e o dinheiro está chegando muito rapidamente”, disse Ging, assinalando, no entanto, que a chegada de material de emergência “é lenta, na opinião da população local”.
A prioridade é a retomada do abastecimento de água potável, bem como o restabelecimento da ordem nas áreas arrasadas, onde a ONU se mostra “muito preocupada com os mais vulneráveis, como as mulheres”, afirmou Ging.
O Japão, que já conta com uma equipe formada por 25 especialistas nas Filipinas, anunciou que na semana que vai enviar três navios militares e que aumentará a ajuda para 52,1 milhões de dólares.
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As equipes de emergência sofrem para retirar os corpos das ruas das ilhas de Leyte e Samar, onde já removeram os escombros de várias estradas, o que facilita a chegada das provisões aos afetados.
Haiyan, com ventos de até 315 km/h, foi o tufão mais forte registrado e o terceiro desastre mais mortífero na história recente das Filipinas.
(com EFE, France-Presse e Estadão Conteúdo)
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