Juba, 17 jan (EFE).- Pelo menos 47 pessoas, em sua maioria crianças e mulheres, morreram em novos choques entre tribos rivais na conflituosa região de Jonglei, a maior do Sudão do Sul, informou nesta terça-feira um deputado local.
Em entrevista coletiva, o legislador Philip Leek Thon Deng explicou que a cidade de Duk Padiet, habitada majoritariamente por membros da tribo Dinka Boor, foi atacada nesta segunda-feira à tarde.
Deng afirmou que a comunidade sofreu diversos ataques nos últimos dias e que o desta segunda-feira foi cometido por jovens armados da tribo Murle, alguns dos quais vestiam uniforme militar.
O ataque também matou vários dos agressores nos enfrentamentos com os habitantes, que conseguiram expulsar os homens armados da localidade.
A região de Jonglei, que inclui essa localidade, é habitada por várias tribos como Dinka Boor, Anyuak, Jie, Murle e Lou Nuer, que apesar de conviver há anos na mesma região, se viram envolvidas em uma espiral de violência desde o ano passado.
O ataque desta segunda-feira ocorreu sem a presença de forças de segurança ou do Exército Popular de Libertação do Sudão (EPLS).
As tropas do EPLS se retiraram há cinco dias dessa região para atuar no povoado de Pibor, assolada há semanas por uma escalada da violência.
Os últimos choques se concentraram no coração da região de Jonglei, e o último ataque mais sangrento ocorreu na semana passada e também foi lançado por membros da tribo Murle.
Esse ataque contra o condado de Uror causou a morte de pelo menos 50 pessoas, entre elas um dirigente da área, e deixou cerca de 60 mil refugiados.
A violência tribal ameaça o futuro da República do Sudão do Sul, que proclamou sua independência em julho passado, diante da escalada dos enfrentamentos nas últimas semanas. EFE