Ibrahim Mahlab foi encarregado de formar novo governo após renúncia de Hazem al-Beblawi - que não deixou claro o motivo de sua decisão
Por Da Redação
25 fev 2014, 21h04
Dirigente do extinto partido de sustentação do ex-ditador Hosni Mubarak, Ibrahim Mahlab assumiu nesta terça-feira o cargo de primeiro-ministro do Egito. E disse que a derrota do terrorismo constitui “o passo mais importante para a construção do país”. “Vamos trabalhar juntos para restaurar a segurança no Egito e esmagar o terrorismo em todos os cantos do país”, disse Mahlab, que comandava o Ministério da Habitação até ser nomeado premiê. Ele deverá anunciar a formação de seu governo até sábado.
A indicação de Mahlab ocorreu depois da renúncia do primeiro-ministro Hazem al-Beblawi e da dissolução de seu governo interino, na segunda-feira. Não foram dadas explicações sobre o que levou à renúncia. Ele havia sido apontado para o cargo em julho do ano passado, depois do golpe militar que destituiu o presidente Mohamed Mursi. Em um pronunciamento de 15 minutos, Beblawi não explicou os motivos de sua decisão, apenas disse que o Egito enfrenta “perigos enormes”. “Este não é nem o momento para demandas de trabalhadores públicos nem para interesses pessoais, mas para nós colocarmos os interesses do nosso país acima de todos os outros”, disse, segundo a rede britânica BBC. O ex-premiê vinha sendo criticado por sua incapacidade para lidar com os problemas econômicos do país.
Mursi ainda estava na Presidência quando os grupos terroristas passaram a proliferar livremente na Península do Sinai. Depois de sua destituição, ações violentas foram realizadas contra as forças de segurança e contra o governo. As autoridades acusaram a Irmandade Muçulmana de orquestrar os ataques e classificaram o grupo radical islâmico de organização terrorista. Foi com o apoio da Irmandade que o ex-presidente chegou ao poder, em junho de 2012. Os integrantes do grupo não reconhecem o governo provisório formado depois do golpe.
Após a deposição do membro da Irmandade, o Exército anunciou seus planos para o período de transição, que incluiam a realização de eleições. De acordo com uma nova Constituição aprovada em janeiro, o pleito deverá ser realizado até meados de abril. Nesta terça, Mahlab apontou como prioridade “a preparação do ambiente adequado para o cumprimento do roteiro” proposto pelo Exército.
Continua após a publicidade
A renúncia foi vista como um movimento para abrir caminho para o marechal Abdel Fattah al-Sisi, chefe das Forças Armadas, ministro da Defesa e primeiro-vice-primeiro-ministro do país – cargos dos quais deverá abrir mão em breve para se candidatar à Presidência. Mahlab já declarou ser partidário da candidatura presidencial de Sisi.
Engenheiro de 60 anos, o novo premiê foi diretor da empresa estatal Arab Contractors, uma das companhias de construção mais importantes do país. Também foi integrante da Shura, a câmara alta, durante o regime Mubarak, derrubado por uma revolta popular em 2011.
Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de R$ 2,00/semana*
ou
Impressa + Digital
Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de R$ 39,90/mês
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis CLIQUE AQUI.