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Novo premiê da Grécia toma posse e promete ‘levantar a cabeça’ do país

Em breve discurso, o conservador Kyriakos Mitsotakis afirmou estar 'seguro' de que pode acabar com a crise econômica dos últimos dez anos

Por Da Redação
8 jul 2019, 13h35

O conservador Kyriakos Mitsotakis assumiu nesta segunda-feira, 8, o cargo de primeiro-ministro da Grécia, prometendo que o país irá “orgulhosamente reerguer a cabeça” depois de dez anos de crise econômica.

Em uma breve cerimônia no palácio do Presidente da República, o novo premiê, herdeiro de uma tradicional dinastia política grega, fez seu juramento e tomou posse após uma grande vitória eleitoral no domingo. O Partido Nova Democracia (ND), de Mitsotakis, obteve quase 40% dos votos, em comparação a pouco mais de 31% do grupo do atual primeiro-ministro, o socialista Alexis Tsipras.

“O povo grego nos enviou uma mensagem forte para mudar a Grécia”, declarou o líder conservador, de 51 anos. “Agora começa o trabalho difícil, mas estou absolutamente seguro de que estaremos à altura dos acontecimentos”, assegurou.

Mitsotakis governará com maioria absoluta, após obter 158 dos 300 deputados do Parlamento. Sua equipe ministerial será anunciada nas próximas horas e assumirá os postos já na terça-feira 9. O primeiro conselho de ministros acontecerá na quarta-feira 10.

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Os conservadores encerram assim quatro anos e meio de governo do Syriza, o partido de esquerda radical liderado por Tsipras, que prometeu permanecer “ativo na oposição” com seus 86 deputados.

O ex-premiê da Grécia, Tsipras (à esquerda), entregou o cargo para o conservador Mitsotakis em cerimônia nesta segunda, 8 (REUTERS/Costas Baltas) (Costas Baltas/Reuters)

Tsipras chegou ao poder em 2015 com a esperança de acabar com as políticas de austeridade, impostas ao país pelos sócios europeus e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), decisões que buscavam remediar a crise da dívida pública que acabou contagiando toda a economia e destruiu 25% do Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia.

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O líder de esquerda, porém, esbarrou na realidade e, em uma guinada de 180 graus, negociou no verão daquele ano um novo resgate econômico que resultou em ainda mais sacrifícios: cortes salariais, aumento de impostos, entre outras medidas. Uma mudança que muitos simpatizantes do partido não perdoaram.

Quatro anos depois, Tsipras parece ter retirado o país de um ciclo de resgates, traduzidos em mais de 450 dolorosas reformas em todos os âmbitos do Estado.

Mesmo assim, a economia grega permanece sob vigilância dos sócios e credores. O nível de desemprego continua sendo o maior da Eurozona – 19,2% no primeiro trimestre – e a dívida pública alcançou 180% do PIB, com uma previsão de cair a 167,8% este ano.

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Deterioração da capital

As marcas da crise econômica são visíveis na deterioração de vários bairros residenciais da capital grega, Atenas, com uma “fuga” de milhares de jovens universitários para o exterior.

Para tentar frear a evasão da população em idade ativa, Mitsotakis afirmou na semana passada que seu maior objetivo é “assegurar a reativação da economia, com um crescimento ambicioso baseado nos investimentos privados, exportações e inovação”.

O novo premiê também se mostrou otimista quanto à possibilidade de convencer os credores europeus da Grécia sobre a conveniência de reduzir as exigências fiscais, em troca de um “pacote completo de reformas”.

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Como parte da promessa de recuperação, o líder conservador quer aprovar uma grande redução de impostos para empresas e imóveis.

Dinastia conservadora

A vitória de Mitsotakis, formado como administrador na Universidade de Harvard e ex-consultor da McKinsey em Londres, marca o retorno de uma dinastia política de conservadores ao poder.

Seu pai, Constantinos, foi primeiro-ministro da Grécia entre 1990 e 1993, sua irmã Dora Bakoyannis teve diversos cargos ministeriais e foi prefeita de Atenas. Desde o mês passado, o filho de Dora e sobrinho de Kyriakos, Kostas Bakoyannis, é o prefeito da capital grega.

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O novo primeiro-ministro foi felicitado pelo presidente russo Vladimir Putin, que cultivou boas relações com Tsipras e recordou “as tradições seculares de amizade, proximidade cultural e espiritual” entre os países, que compartilham a religião ortodoxa.

Ele ainda foi felicitado por Jean-Claude Juncker, atual presidente da Comissão Europeia, e pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

(Com Estadão Conteúdo)

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