Novo número 2 do Vaticano passa por cirurgia e não comparece à posse
Mesmo ausente da cerimônia, Pietro Parolin assumiu Secretaria de Estado do Vaticano
O novo secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, não pôde comparecer à própria posse nesta terça-feira, após ser internado para uma cirurgia de emergência. Parolin substitui o cardeal Tarcisio Bertone, que passou os últimos sete anos à frente do cargo, como o número 2 da Igreja Católica.
O Vaticano não divulgou qual o tipo de cirurgia a que Parolin foi submetido, tendo informado apenas que se trata de um “pequeno procedimento”. De acordo com a Santa Sé, ele deverá assumir definitivamente o cargo em algumas semanas.
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Na breve cerimônia de hoje, realizada na biblioteca do palácio pontifício, o papa se referiu a Parolin, de 58 anos, como uma pessoa que já havia trabalhado com “paixão, habilidade e uma grande capacidade de diálogo e toque humano”. Entre 2002 e 2009, Parolin atuou como subsecretário da seção para as Relações com os estados. Desde 2009, ele era núncio (embaixador do Vaticano) na Venezuela.
Bertone – Na mesma cerimônia, o papa Francisco foi diplomático com Bertone e afirmou reconhecer “a grande contribuição” do cardeal na gestão da Santa Sé, informou a Rádio Vaticano. Além disso, o papa também agradeceu Bento XVI por ter nomeado Bertone como seu secretário de Estado em 2006.
Os últimos anos de Bertone no cargo foram marcados pelo escândalo das filtragens dos documentos vaticanos, o chamado Vatileaks, nos quais era acusado de má gestão e de abuso de poder. O ex-secretário de Estado, de 78 anos, se defendeu ao dizer que, embora tivesse cometido erros, seu trabalho pode se considerar positivo, tendo em vista que, segundo ele, as acusações em torno de seu nome eram fruto dos ‘corvos e víboras’ que povoam a Santa Sé.
Parolin, de 54 anos, chega a uma Secretaria de Estado cujas competências sofrerão importantes variações devido à reforma da Cúria defendida por Francisco antes mesmo da realização do conclave. Em uma primeira rodada de reuniões no início de outubro, a comissão de oito cardeais nomeada por Francisco para abordar estas mudanças concluiu que a poderosa Secretaria de Estado “tem de se transformar a todos os efeitos em uma Secretaria do papa”, eliminando muitas das competências acumuladas ao longo dos anos.
(Com agência EFE)