Rabat, 19 jan (EFE).- O presidente do governo do Marrocos, o islamita Abdelilah Benkirane, apresentou nesta quinta-feira seu programa de trabalho, no qual se comprometeu a consolidar a igualdade entre homens e mulheres e garantir as liberdades públicas no país.
Entre as linhas principais de seu programa – apresentado ante as duas câmaras do Parlamento em sessão plenária – Benkirane afirmou que trabalhará na criação de uma instância especial para lutar contra todos os tipos de discriminação contra a mulher.
Ele prometeu ‘apoiar a estabilidade familiar das viúvas e das mulheres em situação precária’, assim como sustentar ‘a nomeação de mulheres em cargos de responsabilidade e a promoção da cultura de direitos e liberdades, respeitando a dignidade das mulheres’.
O novo Gabinete de Benkirane, composto por 30 ministros, é integrado por apenas uma mulher, Bassima Hakaui – do Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD, islâmica), o principal do governo -, nomeada ministra de Solidariedade da Mulher e da Família.
Vários observadores consideraram a nova composição do governo como um retrocesso em relação aos executivos anteriores, já que o governo anterior dirigido por Abbas el-Fassi, secretário-geral do Partido Istiqlal (PI, nacionalista), contava em 2007 com sete mulheres.
Em carta aberta publicada pela agência oficial de notícias marroquina ‘MAP’, 15 associações feministas marroquinas pediram nesta quinta-feira a Benkirane que ‘corrija a injustiça’ sofrida pelas mulheres na composição do novo governo.
Benkirane afirmou que buscará garantir o exercício das liberdades públicas e ‘atualizar o arsenal jurídico que rege essas liberdades, especialmente com a revisão do Código de Processo Penal, levando em conta os compromissos internacionais do Marrocos’.
No plano econômico, o governo de Benkirane se comprometeu a obter uma taxa de crescimento de 5,5% ao ano, reduzir a taxa de desemprego a 8% e manter a taxa de inflação ao redor de 2%. Ele insistiu em alcançar uma taxa de crescimento ‘forte, sustentável e geradora de oportunidades de emprego’. EFE