Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Novo estudo revela lista surpreendente de cidades mais verdes da Europa

Pontos mais badalados como Paris e Bruxelas ocupam posições muito abaixo do esperado em ranking do Instituto de Saúde Global de Barcelona

Por Matheus Deccache Atualizado em 18 nov 2021, 17h29 - Publicado em 18 nov 2021, 17h27

Cidades europeias como Paris, na França, e Copenhague, na Dinamarca, costumam ser símbolos de modelos urbanos quase perfeitos para se morar, em geral por ostentarem grandes parques e ruas frequentemente adaptadas para quem anda a pé ou de bicicleta.

Um novo estudo publicado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona, no entanto, afirma que em uma Europa majoritariamente urbana, a falta de espaços verdes acessíveis para a população pode encurtar a vida de dezenas de milhares de cidadãos todos os anos. 

A pesquisa, que analisou mais de mil cidades com pelo menos 100.000 habitantes em todo o continente europeu, mostrou que 43.000 mortes anuais poderiam ser evitadas caso os governos locais seguissem as diretrizes da Organização Mundial da Saúde no acesso a espaços verdes —  pelo menos 0,5 hectares de área verde a uma distância linear de 300 metros de cada casa. 

Os resultados podem ser considerados surpreendentes. Cidades conhecidas por sua beleza e ambiente agradável, como a própria Copenhague, se saíram mal no ranking. Em contrapartida, cidades menos badaladas e que já foram famosas pela mineração do carvão, como Rotherham, no Reino Unido, e Walbrzych, na Polônia, se destacaram.

Quando é feito um recorte apenas nas capitais, o resultado é igualmente inesperado. Paris e Bruxelas, na Bélgica, estão entre as que têm maior índice de mortalidade relacionado à ausência de parques e campos , em primeiro e quarto lugar, respectivamente.

Cidade espanhola de Elche, na província de Alicante.
Cidade espanhola de Elche, na província de Alicante. (francisgonsa/Getty Images)

A principal razão para a baixa pontuação dessas capitais não se dá pelo fato de não terem áreas verdes, mas sim por serem mal distribuídas. Enquanto nos bairros mais ricos há uma quantidade significativa de locais arborizados, as regiões mais pobres sofrem com a falta deles. 

Continua após a publicidade

Além disso, o desenvolvimento dos grandes centros urbanos, gerando regiões de alta densidade populacional, deixou a grande maioria da população distante dessas áreas. No geral, 86,4% dos habitantes de centros metropolitanos vivem em lugares que não atendem às diretrizes da OMS.

Para calcular a quantidade de áreas verdes em cada cidade, os pesquisadores usaram o Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI, da sigla em inglês), um indicador gráfico que se baseia em imagens de satélite para calcular a quantidade de áreas arborizadas em determinado espaço. 

O próximo passo foi mapear as mortes por meio dessas imagens, removendo fatores externos que podem influenciar os números, como expectativa de vida, idade média da população ou baixos níveis de renda. Desse modo, foi possível vincular quantas mortes prematuras ocorreram em uma área proporcionalmente a seu espaço verde. 

O estudo corrobora outra pesquisa realizada em 2019 pelo próprio Instituto em parceria com a Universidade do Colorado e a OMS, que descobriu que a cada aumento de 0,1 na pontuação do NDVI (em uma escala de 0 a 1) dentro de 500 metros de uma área residencial, houve uma redução de 4% de mortalidade prematura.

A pesquisa traz ainda uma outra questão importante relacionada às áreas verdes. Para resolver a ausência desses espaços, muitas vezes as cidades investem em enormes parques e campos, podendo gerar um problema de “gentrificação verde”. Com a criação desses espaços, os custos de vida aumentam e a população de baixa renda é obrigada a se deslocar para outros locais menos saudáveis. 

Continua após a publicidade

Desse modo, as áreas arborizadas deverão funcionar como uma espécie de colcha de retalhos dentro das cidades, infiltrando-se nas regiões onde há maior densidade populacional.

Confira, a seguir, as 10 cidades mais bem avaliadas pela pesquisa:

1. Elche, Espanha

2. Telde, Espanha

3. Guimarães, Portugal

4. Perúgia, Itália

Continua após a publicidade

5. Cartagena, Espanha

6. Walbrzych, Polônia

7. Coimbra, Portugal 

8. Nicósia, Chipre

9. Alicante, Espanha

Continua após a publicidade

10. Rotherham, Reino Unido 

Confira a lista das 10 piores cidades do ranking:

1. Trieste, Itália

2. Turim, Itália

3. Blackpool, Reino Unido 

4. Gijón, Espanha

Continua após a publicidade

5. Bruxelas, Bélgica

6. Le Havre, França

7. Bolonha do Mar, França

8. Copenhague, Dinamarca

9. Corunha, Espanha

10. Lyon, França

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.