Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ucrânia vê ‘pequena e positiva’ melhora em negociação com Rússia

Encontro ocorre em meio a anúncio de tentativa de abertura de corredores humanitários em cidades ucranianas, depois de fracassos no fim de semana

Por Caio Saad Atualizado em 7 mar 2022, 15h38 - Publicado em 7 mar 2022, 08h36

Após dois encontros na semana passada que renderam entendimentos escassos para proteção de civis, uma terceira rodada de negociações entre Moscou e Ucrânia terminou nesta segunda-feira, 7, com “pequenos desenvolvimentos positivos” para possíveis corredores humanitários, de acordo com um negociador ucraniano, que falou à agência de notícias Reuters.

Apesar da fala do representante ucraniano, a implementação de corredores humanitários, que têm objetivo de facilitar a retirada de civis e a entrada de itens básicos como remédios, tem se mostrando difícil em cidades afetadas pela guerra.

Durante o fim de semana, duas tentativas de retirada de civis fracassaram. Grupos separatistas pró-Rússia e a Guarda Nacional da Ucrânia trocaram acusações de violações à ordem de interromper momentaneamente o conflito.

+ Putin sonha em repor Rússia no topo do poder global – mas cenário mudou

Já nesta segunda-feira, a Rússia voltou a dizer que bombardeios serão interrompidos em quatro cidades da Ucrânia para a abertura de corredores humanitários. Os corredores serão abertos na capital Kiev e nas cidades de Kharkiv, Mariupol e Sumy. A informação da agência, que cita o Ministério da Defesa da Rússia, é de que o cessar-fogo ocorreria a partir das 10h desta segunda no horário de Moscou (4h, no horário de Brasília).

Segundo o porta-voz russo Igor Konashenkov, serão abertos ao todo seis corredores humanitários distintos. “Informações detalhadas sobre os corredores foram dadas antecipadamente para a Ucrânia”, afirmou.

A Ucrânia, por sua vez, criticou a medida anunciada por Moscou.

Continua após a publicidade

“Essa é uma proposta completamente imoral. O sofrimento das pessoas está sendo usado para criar uma imagem televisiva. São cidadãos ucranianos, eles deveriam ter o direito de ir para território ucraniano”, diz o texto.

A Rússia acusa nacionalistas ucranianos de impedir a saída de civis da região, usando a população como ‘escudo humano’. “Devido à falta de vontade do lado ucraniano de influenciar os nacionalistas ou de estender o cessar-fogo, as operações ofensivas foram retomadas”, disse o major-general Igor Konashenkov.

As autoridades da cidade de Mariupol, por sua vez, disseram que a retirada de civis foi adiada porque militares russos não estariam respeitando a trégua. As prefeituras de Mariupol e Volnovakha disseram que as cidades são alvos de bloqueios e ataques russos, impedindo a saída segura dos civis. Mesmo após o acordo, a Ucrânia vinha alegando desrespeito dos russos ao acordo com as regiões sendo alvos de constantes ataques. As duas cidades foram as únicas autorizadas a funcionar como um corredor de fuga para os civis.

Continua após a publicidade

Rodadas de negociações

A reunião desta segunda-feira é a terceira entre Ucrânia e Rússia em uma semana. A primeira rodada, em 28 de fevereiro, e a segunda, em 3 de março, aconteceram em Belarus.

A segunda rodada, na quinta-feira, teve passos para um entendimento sobre a continuação dos encontros diplomáticos. Após a reunião, o chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, confirmou um entendimento inicial sobre corredores para civis.

“Discutimos minuciosamente três pontos – militar, internacional e humanitário –, e o terceiro é uma questão de uma futura regulação política do conflito. Ambas as posições estão claras e escritas. Concordamos em algumas delas, mas a questão principal que chegamos a um acordo hoje é a questão de resgatar civis que estão em uma zona de confronto militar”, afirmou.

Continua após a publicidade

Ao anunciar o fim da segunda rodada, no entanto, o assessor ucraniano lamentou que “os resultados que a Ucrânia precisa não foram alcançados”, ressaltando que “há uma solução apenas para a organização de corredores humanitários”. Segundo ele, a delegação ucraniana foi à reunião com três objetivos claros: um cessar-fogo imediato, armistício e a criação de meios para proteção de civis.

A imprensa ucraniana afirma que a Rússia, além da não expansão da Otan para o Leste Europeu, teria exigido nas negociações que a Ucrânia se comprometesse a documentar seu status de não integrar nenhum bloco e realizar um referendo sobre isso, reconhecesse as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, abandonasse a exigência da devolução da Crimeia a Kiev e promovesse o fim de “políticas nazistas”. Já a Ucrânia teria exigido um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas do país.

+ Como a economia mundial sente os efeitos do ataque de Putin à Ucrânia

No entanto, as tropas russas continuam agindo sobre a capital Kiev e outras regiões do país. As negociações não travaram o ímpeto russo de avançar sobre a Ucrânia nem fizeram os ucranianos pararem as tentativas de se aproximar cada vez mais da União Europeia para garantir sanções contra a Rússia e a participação no bloco.

Mais de 2.000 civis foram mortos desde o início da invasão russa à Ucrânia, segundo Kiev, e centenas de estruturas, como instalações de transporte, hospitais, jardins de infância e prédios residenciais foram destruídos, relatou o serviço de emergência ucraniano na quarta-feira.

Nesta segunda-feira, a Organização das Nações Unidas relatou que há mais de 1.200 pessoas afetadas, sejam mortas ou feridas, desde o início da guerra na Ucrânia. Ao todo, 406 pessoas teriam morrido, segundo levantamento da organização.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.