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Noruega lembra um ano de massacre

Os atos acontecerão nos cenários da tragédia, que vitimou 77 pessoas: o complexo governamental de Oslo e a ilha de Utoeya, onde o ultradireitista Anders Behring Breivik abriu fogo contra jovens do Partido Trabalhista

Por Da Redação
21 jul 2012, 10h09

A Noruega homenageará neste domingo, em todo o seu território, as 77 pessoas que morreram no duplo atentado cometido há um ano pelo ultradireitista Anders Behring Breivik, que comoveu o país e ameaçou seu modelo de sociedade aberta.

Os atos principais acontecerão nos cenários da tragédia: o complexo governamental de Oslo, onde Breivik detonou uma caminhonete bomba que matou oito pessoas; e na ilha de Utoeya, a oeste da capital, onde ele abriu fogo com armamento pesado no acampamento de jovens do Partido Trabalhista, matando outras 69. Em ambos os locais haverá uma cerimônia privada para familiares das vítimas e sobreviventes, com discurso do primeiro-ministro do país, o social-democrata Jens Stoltenberg.

Galeria de imagens: Fotos da destruição em Oslo

A Juventude Trabalhista (AUF, na sigla em norueguês) organizará o que é possivelmente o ato central do dia em Utoeya, onde mil membros do partido, vindos de todas as federações regionais, além de várias autoridades, homenagearão as vítimas do massacre.

O líder da ala jovem da legenda, Eskil Pedersen, defende o direito de ‘recuperar’ a ilha para não dar uma “vitória” a Breivik, uma ideia amplamente apoiada pela AUF, apesar das críticas de poucos sobreviventes, que consideram a ida a Utoeya um desrespeito aos mortos.

A direção da AUF decidiu, por enquanto, apenas derrubar a lanchonete da ilha, onde Breivik assassinou 13 jovens, e construir em poucos anos um monumento, mas Pedersen cogitou a possibilidade de que em 2013 o local pode voltar a receber o acampamento de verão, que neste ano será realizado no norte do país. O lema “Recuperar Utoeya”, lançado por Pedersen no dia seguinte aos atentados, se encaixa bem com a ideia de Stoltenberg e a classe política de reagir com “mais democracia e mais abertura”.

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A sociedade norueguesa, com sobreviventes e familiares das vítimas à frente, respondeu de forma majoritária a esse apelo, ignorando as provocações de Breivik durante o julgamento e se manifestando “pela união, a solidariedade e a diversidade”, ao invés de se fecharem, segundo Stoltenberg.

Tanto o primeiro-ministro como Pedersen ressaltam que há mais gente envolvida nos debates, e põem como exemplo a ampla reação aos comentários racistas contra os ciganos romenos acampados nos arredores de Oslo, tema que atualmente domina o noticiário local na Noruega.

A defesa da democracia e da sociedade multicultural, contra as quais Breivik agiu, contrastam com a recuperação nas pesquisas do ultranacionalista Partido do Progresso, que parece ter superado a forte queda sofrida no pleito municipal de setembro do ano passado e lançou mão novamente do discurso anti-imigração.

Falhas – Os atentados evidenciaram graves erros de coordenação das forças de segurança, muito criticados pelas famílias das vítimas, que tiveram que esperar oito meses para que a polícia admitisse algumas falhas e pedisse desculpas. A comissão criada pelo parlamento norueguês sobre a atuação policial não deve apresentar seu relatório em menos de três semanas, mas esta já cobrou duas vítimas em forma de renúncias: o ministro da Justiça e a chefe dos serviços de inteligência, embora ambos tenham alegado motivos pessoais para deixar seus cargos.

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O governo apresentou há poucos dias uma proposta de reforma da lei antiterrorista que dá amplos poderes para a investigação de potenciais atos terroristas de indivíduos isolados, embora tenha recebido uma chuva de críticas.

Mais duros e generalizados foram os protestos contra a nova lei para que autores de atentados como os do ano passado acabem na cadeia mesmo se forem condenados não à prisão, mas a permanecerem em um centro psiquiátrico – o que parece ter sido feito sob medida para Breivik.

Um ano depois, ainda resta uma marca física dos atentados no centro de Oslo: há poucos dias terminaram de ser retiradas as mais de 4,3 mil toneladas de escombros dos edifícios mais afetados pelos explosivos usados por Breivik, mas o complexo governamental de Hoyblokka, o centro de poder do país, continua inutilizado.

As autoridades ainda não decidiram se vão derrubar os nove edifícios e construir um novo complexo, que não ficaria pronto em menos de oito anos, enquanto vários departamentos funcionam em locais provisórios, incluído o do primeiro-ministro, cujo escritório está agora no Ministério da Defesa.

(Com agência EFE)

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