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Norte do Iraque se prepara para enfrentar jihadistas

A região autônoma do Curdistão está sob ataque de terroristas sunitas. Bagdá ofereceu ajuda aérea e curdos negociam auxílio militar dos Estados Unidos

Por Da Redação
4 ago 2014, 10h28

Os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) anunciaram nesta segunda-feira a intenção de ampliar sua ofensiva nos territórios do norte do Iraque, controlados pelos curdos, que já sofreram vários reveses nos últimos dias. “As brigadas do Estado Islâmico alcançaram o triângulo entre a Turquia, Síria e Iraque. Que Deus permita a seus mujahedines [guerreiros jihadistas] libertar toda a região”, afirmou o grupo em um comunicado. Preparando-se para um enfrentamento, as forças curdas planejam lançar uma contraofensiva contra os militantes do EIIL. Em Bagdá, segundo a rede britânica BBC, o primeiro-ministro iraquiano Nouri al Maliki ordenou a Força Aérea a fornecer apoio às forças curdas.

A ofensiva jihadista no Curdistão tomou a cidade de Zumar e dois campos de exploração de petróleo neste sábado. Os campos de petróleo têm produção total de 20.000 barris diários e ajudam também a manter uma pequena central de energia elétrica que abastece a região. Este é o avanço mais importante desde que no início de junho os jihadistas conquistaram em poucos dias amplas zonas do Iraque, incluindo a segunda maior cidade do país, Mosul. Neste domingo, os jihadistas sunitas do EIIL tomaram o controle da cidade iraquiana de Sinjar, no noroeste do país, de onde expulsaram quase 200.000 pessoas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

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A tomada de Sinjar, a 50 quilômetros da fronteira síria, representa o segundo revés em dois dias para os combatentes curdos frente aos jihadistas, que proclamaram no fim de junho um califado nos territórios sob seu controle na Síria e no Iraque. Sinjar, situada entre a fronteira com a Síria e a cidade iraquiana de Mosul, tinha 310.000 habitantes e também abrigava milhares de pessoas deslocadas pela ofensiva das últimas semanas. A cidade também é o lar histórico dos yazidis, uma minoria de língua curda adepta de uma religião pré-islâmica. Os jihadistas os consideram “pessoas sem fé” e “adoradores do diabo”.

O que é um califado?

É um Estado islâmico governado por um único líder político e religioso, o Califa.

Califas são considerados por seus seguidores como sucessores de Maomé e soberanos sobre todos os muçulmanos.

O primeiro califado surgiu depois da morte do profeta Maomé, no ano de 632.

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Nos séculos que se seguiram, foram criados outros califados no Oriente Médio e no Norte da África.

O último califado foi abolido em 1924 pelo líder turco Kemal Ataturk, criador do Estado moderno turco, depois do colapso do Império Otomano.

As forças curdas, consideradas as mais bem organizadas do país enfrentam dificuldades financeiras e militares para garantir a segurança do território. Uma delegação curda está atualmente nos Estados Unidos para obter apoio militar. Mas a ajuda precisa, em tese, da aprovação de Bagdá, onde as instituições estão quase paralisadas. Os deputados xiitas têm até 8 de agosto para designar o candidato ao cargo de primeiro-ministro.

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Curdistão – O Curdistão é uma região autônoma no norte do Iraque. Os curdos tem um Parlamento próprio, mas seu governo é subordinado ao Executivo de Bagdá. A região é a mais próspera e estável de todo o Iraque. No final de junho, o Parlamento do Iraque elegeu o curdo Fouad Massoum como o novo presidente iraquiano. Massoum, um ex-guerrilheiro, de 76 anos, é um político veterano que presidiu o Parlamento durante o governo de transição instalado depois da queda de Saddam Hussein e ajudou a reescrever a Constituição do país. O curdo Massoum e o sunita Salim al-Jubouri, recém empossado presidente do Parlamento, são as apostas dos iraquianos para resolver a grave crise sectária entre sunitas e xiitas. A aliança de partidos xiitas do atual premiê Nouri al Maliki saiu vitoriosa nas eleições parlamentares realizadas em abril deste ano, mas não conseguiu formar um governo de coalizão diante das profundas divisões do país.

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(Com agência France-Presse)

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