Nigéria liberta mais 234 mulheres e crianças reféns do Boko Haram
O Exército do país africano já havia resgatado outras 500 mulheres e crianças mantidas em cativeiro nas florestas de Sambisa
O Exército da Nigéria libertou nesta sexta-feira 234 mulheres e crianças mantidas reféns pelo grupo terrorista Boko Haram nas florestas de Sambisa, na região norte do país. Por meio de um comunicado, as Forças Armadas disseram que as vítimas foram encontradas nas localidades de Kawuri e Konduga. “Todas foram evacuadas e levadas para serem examinadas”, declararam as autoridades. Segundo a nota, os militares seguirão combatendo na selva para resgatar civis e destruir os acampamentos dos jihadistas.
Leia também:
Exército nigeriano anuncia libertação de 160 reféns do Boko Haram
Nigéria resgata 200 meninas e 93 mulheres sequestradas pelo Boko Haram
Durante esta semana, as autoridades já haviam anunciado a libertação de outras 500 mulheres e crianças que se encontravam em cativeiros montados pelos terroristas. A organização Anistia Internacional calcula que aproximadamente 2.000 mulheres foram sequestradas desde o ano passado pelos extremistas. As vítimas são submetidas a trabalhos forçados e à escravidão sexual. Muitas também são obrigadas a se casar com os jihadistas.
Não há confirmação se alguma das meninas libertadas faz parte do grupo de 219 estudantes sequestradas na cidade de Chibok, em abril do ano passado. Os militares disseram que só poderão estabelecer identidades após realizar exames médicos. Em seguida, as reféns testemunharão sobre a vida que levavam nos acampamentos terroristas e sobre as condições às quais eram submetidas.
Leia mais:
Saiba quais são e o que querem os principais grupos terroristas
Boko Haram, os terroristas que ameaçam a maior economia da África
Níger – A ameaça do Boko Haram ultrapassou as fronteiras da Nigéria. Nesta sexta-feira, um governador do sul do Níger ordenou que habitantes de ilhas no Lago Chade deixem os territórios e sigam para o continente até segunda-feira por conta do avanço jihadista. Um ataque dos extremistas à ilha Karamga, na semana passada, resultou na morte de 156 terroristas, 46 soldados e 28 civis nigerinos. Em fevereiro, um atentado na na mesma ilha vitimou sete militares.
Desde 2009, a insurreição islâmica e sua repressão por parte das forças de segurança de países africanos já deixaram mais de 15.000 mortos na Nigéria. A ONU estipula que mais de 1,5 milhão de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas nos últimos seis anos em decorrência dos conflitos.
(Da redação com agência France-Presse e Estadão Conteúdo)