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Nicarágua: uma eleição de faz de conta

Em vez da prometida justiça social, a população do país amarga uma taxa de miséria de 46,2%

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 nov 2021, 08h00

Quem lê a absurda nota do PT saudando a “grande manifestação popular e democrática” que foi a reeleição do presidente Daniel Ortega e a de sua mulher e vice, Rosario Murillo, na Nicarágua pode achar que o partido já se mudou para o tal metaverso, o universo paralelo de que tanto se fala. Na realidade, a votação não foi popular (as filas diante das urnas eram minguadas e o comparecimento foi calculado em 20%), muito menos democrática: nos meses anteriores, o governo mandou prender todos os sete pré-candidatos de oposição, bem como mais de 100 de seus apoiadores. Herói da revolução sandinista que, após anos de luta, depôs a longa e cruel ditadura da família Somoza nos anos 1970, admirado pela esquerda em geral, Ortega, 75 anos, não demorou a ser cooptado pela cartilha do inimigo — mantém-se encastelado no poder há quinze anos e três mandatos consecutivos (este será o quarto), valendo-se de censura à imprensa, dissolução de partidos, violência contra os nicaraguenses que se atrevem a participar de atos de protesto e perseguição de opositores. Em vez da prometida justiça social, a população amarga uma taxa de miséria de 46,2%. Os Estados Unidos condenaram a eleição de fachada, sem a presença de observadores independentes, no que foram seguidos pela maior parte da comunidade internacional. Já Nicolás Maduro, mandachuva da Venezuela e companheirão do PT, comemorou o resultado. Na mata fechada onde vicejam a ortodoxia ideológica e as alianças cegas, os dinossauros se entendem.

Publicado em VEJA de 17 de novembro de 2021, edição nº 2764


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