Netanyahu admite possibilidade de ataque contra o Irã
Em visita aos EUA, premiê diz que nunca colocará segurança de Israel em risco

Em visita aos Estados Unidos, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu admitiu a possibilidade de um ataque contra o Irã. Após uma reunião com o presidente americano Barack Obama, Netanyahu afirmou a um grupo de judeus, durante um discurso de aproximadamente meia hora, que nunca colocará a segurança de Israel em risco.
Netanyahu falou na gala anual do Comitê de Ação Pública Americano Israelense (Aipac). Horas antes, Obama dissera que Israel deve ser “dono de seu destino” com relação ao Irã. Ambos se reuniram ao longo de várias horas, primeiro separadamente e depois com suas equipes de assessores, em um encontro marcado pelas possíveis intenções israelenses de realizar um ataque preventivo contra instalações nucleares iranianas nos próximos meses. Segundo um comunicado divulgado ao término do encontro, que se prolongou por cerca de três horas, ambos discutiram extensivamente sobre a ‘ameaça procedente do Irã’. Obama, acrescentou a Casa Branca, “reafirmou a política americana de impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear”.
“Como primeiro-ministro, nunca porei em risco a segurança do estado de Israel”, afirmou Netanyahu. Ele disse ainda que muitos na comunidade internacional não reconhecem que o Irã está tentando produzir armas nucleares, além de construir instalações para enriquecimento de urânio. Além disso, assinalou que o presidente Obama, com quem se reuniu no Salão Oval da Casa Branca, reiterou seu compromisso de impedir que o Irã obtenha essas armas.
Netanyahu acrescentou que o Irã é responsável pela morte de centenas ou até milhares de americanos, e advertiu que, se o Irã age assim sem armas nucleares, seria ainda pior se as obtivesse. “Nenhum de nós pode esperar mais tempo. Nunca permitirei que minha gente viva à sombra da aniquilação”, enfatizou o premiê israelense, que antes comunicara a Obama que “sempre devemos ser os donos do nosso destino”.
Netanyahu e Obama se reuniram de forma privada no Salão Oval durante cerca de três horas para discutir, quase exclusivamente, a crescente ameaça do programa nuclear iraniano. Obama disse que tanto ele como o primeiro-ministro israelense preferem resolver o assunto pela via diplomática porque sabem “dos custos de qualquer ação militar”. Netanyahu, por sua vez, disse que Israel tomará uma decisão sobre lançar ou não um ataque militar preventivo contra o Irã, com ou sem os Estados Unidos.
No entanto, ao governo de Obama não interessa uma medida que poderia suscitar outra guerra no Oriente Médio, em pleno ano eleitoral e quando os EUA acabam de dar por terminada a Guerra do Iraque e buscam pôr fim à do Afeganistão em dois anos e meio.
(Com agência EFE)