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Negociações por governo fracassam e Grécia se vê à beira de novas eleições

Por Da Redação
11 Maio 2012, 18h05

Andrés Mourenza.

Atenas, 11 mai (EFE).- A recusa do partido esquerdista Syriza em aceitar a formação de um governo na Grécia junto aos social-democratas do Pasok e os conservadores da Nova Democracia (ND) provocou o fracasso da última tentativa dos partidos para formar um Executivo após as eleições de domingo e evitar a convocação de novo pleito.

O chefe do Syriza, Alexis Tsipras, argumentou após sua reunião com Evangelos Venizelos, líder do Pasok, que o compromisso de austeridade pactuado por dois dos grandes partidos gregos com a União Europeia (UE) representa o grande empecilho para fazer parte desse Executivo.

‘O memorando (com a UE) não foi rechaçado pelo Syriza, mas pelo povo grego e ninguém tem o direito a aplicá-lo, sob nenhuma forma de governo’, declarou Tsipras, em relação à queda de votos que registraram o Pasok e os conservadores Nova Democracia, em contraste com a alta das forças que se opõem aos cortes.

Já Venizelos advertiu a Tsipras que sua crescente popularidade – seu partido, Syriza, surpreendeu ao ser o segundo mais votado no domingo – precisa ser acompanhada de mais responsabilidade, e não de mais arrogância.

O líder socialista repreendeu os que especulam com a convocação de novas eleições, pleito em que, segundo as pesquisas, o Syriza seria o ganhador desta vez, com 20,2% dos votos.

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O ex-ministro das Finanças explicou que, dos seus encontros desta quinta-feira com a Nova Democracia e com o Dimar (de centro-esquerda), tinha surgido um acordo para formar um governo que ‘em dois anos poderia libertar o país do memorando’.

As 19 cadeiras do Dimar bastariam para que um tripartite com a Nova Democracia e o Pasok tivesse a maioria absoluta, mas aquela legenda deixou claro que só se aliaria com as formações favoráveis às impopulares medidas de austeridade desde que o Syriza também participasse.

‘É óbvio que o Syriza não está disposto a participar de um governo de salvação nacional. E nós não participaremos de um governo apenas com o Pasok e com a Nova Democracia’, afirmou nesta sexta-feira Fotis Kouvelis, líder do Dimar.

‘Agora é necessário que salvemos o país, não do populismo do Pasok, mas do populismo do Syriza, que é ainda mais perigoso’, criticou o líder do partido conservador Nova Democracia, Antonis Samaras, que acusou Tsipras de não possuir um programa de governo.

Venizelos devolverá neste sábado a incumbência de formar governo ao presidente da República, Karolos Papoulias, de quem se espera que, na segunda-feira, convoque os líderes de todas as forças parlamentares e lhes peça para formar um Executivo de união nacional.

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‘Espero que todos sejam mais responsáveis durante as reuniões lideradas pelo presidente da República’, apelou Venizelos.

Esta é outra questão problemática, já que a legislação forçará Papoulias a convidar também o partido neonazista Amanhecer Dourado (21 cadeiras), com o qual vários líderes já anunciaram não estarem dispostos a se sentar à mesa de negociações.

Caso esta iniciativa também fracasse, a Grécia se verá obrigada a reeditar as eleições, provavelmente no dia 10 ou no dia 17 de junho.

Enquanto isso, o primeiro-ministro interino, Lucas Papademos, e o presidente Papoulias se reuniram nesta sexta-feira para tratar questões ‘de máxima urgência’.

Segundo a imprensa grega, o Ministério das Finanças perguntou ao ainda primeiro-ministro se o país precisa pagar ou não os 430 milhões de euros em títulos da dívida que vencem no próximo dia 15 e que não entraram no plano de reestruturação da dívida realizado nos últimos meses.

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Diante de toda essa incerteza, o índice Athex da Bolsa de Valores de Atenas perdeu todo o terreno que tinha recuperado nesta quinta-feira, quando parecia possível a formação de um governo, e fechou com baixa de 4,52% nesta sexta-feira. EFE

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