Naoto Kan, primeiro-ministro do Japão, renuncia ao cargo
Atual Ministro das Finanças e ex-Ministro das Relações Exteriores são os mais cotados para assumir vaga de Kan, que ficou pouco mais de um ano na função
Gestão da crise provocada pelo terremoto e tsunami provocou abalo irreparável na imagem de Kan como governante
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, anunciou formalmente nesta quinta-feira sua demissão do cargo.
Kan, do Partido Democrático (PD), divulgou sua decisão de deixar o cargo após o Parlamento japonês aprovar duas leis promovidas por ele relativas à reconstrução do país nas áreas mais atingidas pelo terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março deste ano. Ele também tinha condicionado sua renúncia à aprovação de outra lei para ativar o segundo orçamento extraordinário. “Já que foram cumpridos os três requisitos que estipulei, vou deixar o cargo de presidente do partido, como me comprometi a fazer no dia 2 de junho passado”, explicou Kan.
“Uma vez eleito o novo presidente (do PD), abandonarei o cargo de primeiro-ministro”, acrescentou, referindo-se às eleições internas para o novo líder da legenda, previstas para a próxima segunda-feira.
O PD possui maioria de membros no Parlamento japonês, de modo que o líder previsivelmente se transformará no novo primeiro-ministro do país. A campanha eleitoral de um novo presidente do partido começará neste sábado e os candidatos devem realizar um debate no domingo. Os nomes mais cotados para o pleito são Yoshihiko Noda, atual ministro das Finanças, e Seiji Maehara, ex-ministro de Relações Exteriores.
Kan tomou posse do cargo no dia 8 de junho de 2010, após a renúncia de Yukio Hatoyama. Embora tenha começado seu governo com bons índices de aprovação, sua popularidade foi caindo paulatinamente até despencar com a crise provocada pelo terremoto seguido de tsunami de 11 do março e pelo posterior acidente na usina nuclear de Fukushima.
Ele foi duramente criticado por sua gestão da crise suscitada após o desastre de março e, desde então, tanto membros de seu partido como da oposição exigiram sua renúncia. Com o abandono de Kan, o próximo chefe de governo será o sexto primeiro-ministro do Japão em apenas cinco anos
(com Agência EFE)